“Lift Me Up” marca retorno de Rihanna à música
Conhecida por seus lançamentos imparáveis, Rihanna, a partir de 2012, rompeu laços com seus álbuns anuais. Seu oitavo e último disco, “ANTI”, veio a público em 2016, três anos e alguns meses após seu antecessor, “Unapologetic”. Desde então, a cantora coleciona seis anos sem lançamento enquanto artista principal e declarações vazias acerca de novas canções, o que mudou nos últimos meses.
Com o anúncio de sua participação no show de intervalo do Super Bowl em 2023, Rihanna dizimou o cenário de escassez e passou a figurar, semanalmente, entre os assuntos mais comentados das redes sociais, chegando a espalhar sua mão por todos os cantos.
Porém, o verdadeiro “game changer” veio com os fortes rumores de sua participação na trilha sonora de “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre”, que impregnou todos os cantos da internet e, no dia 26 de outubro, se tornou realidade com o anúncio de “Lift Me Up”, carro-chefe da nova produção da Marvel Studios.
Unida a Ludwig Göransson, Ryan Coogler e Tems, Rihanna deu vida a uma balada que, por distintas propostas em sua composição, soa fragmentada, dicotômica.
Como base, Rihanna conta com instrumentos de corda e piano, que criam uma atmosfera sensível e abrem caminhos para a fluidez das emoções. Em sua interpretação, apresenta contraste: abusa de sua rouquidão e embebe a canção com vocais rasgados e um tanto agressivos, que, por vezes, cedem à serenidade proposta pelos instrumentos. Na letra, faz referências àqueles que não mais figuram entre nós, homenageando a vida e legado de Chadwick Boseman, estrela de “Pantera Negra” (2018) que faleceu devido às complicações de um câncer.
“Quando partir, me mantenha protegida/sã e salva”
Durante três versos e três refrões, a canção passeia entre as contraposições, o que confere dinamismo à simples, mas tocante balada. Porém, o brilhantismo está nos últimos 45 segundos, onde a cantora, a plenos pulmões, implora, desesperada e repetidamente, por afeto, descarregando boa parte do apelo emocional objetivado por “Lift Me Up”.
“Me levante em seus braços/(Me segure firme) Preciso de amor/(Me mantenha por perto) Me abrace/(Sã e salva) Me abrace”
“Lift Me Up” pode não ser o retorno aguardado por parte do público de Rihanna, que está acostumado com canções dançantes e coloridas, como “S&M”, urbanas, como “Talk That Talk”, ou vorazes, como a célebre “Love On The Brain”, mas é o retorno necessário para o enobrecimento do novo filme que compõe o Universo Cinematográfico Marvel.
Com maestria, Rihanna cumpriu os requisitos básicos de uma trilha sonora ao entregar uma fórmula recorrente e, a fim de conferir personalidade à canção, não poupou esforços para demonstrar suas características enquanto intérprete. Para isso, derramou toda sua alma e emotividade sobre sua voz, o que é esperado da cantora em baladas, vide “Higher”, canção de seu último disco, e revisitou “FourFiveSeconds”, parceria com Kanye West e Paul McCartney, que, em maior escala, lançou mão da coesão e abraçou a incongruência.
Agora, resta uma canção a ser ouvida pelo público, “Born Again”, que chegará em breve ao lado de toda a trilha sonora de “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre”.
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