Sleep Token – Explore a nova sonoridade enigmática do Metal

Mesmo que você tenha sido apenas um observador casual da música underground nos últimos tempos, é provável que Sleep Token tenha surgido no seu radar. O coletivo mascarado do Reino Unido fez ondas sérias em 2019 com o lançamento de Sundowning – uma fúria existencial que oscilava entre colapsos estrondosos e números gelados de R&B. Para ser justo, uma banda no palco atendendo por nomes como Polyphia e Issues, disparando o estranho ataque de metalcore em seu arsenal, certamente não parece tipicamente nova, mas, existem certos ases em suas vestes que as tornam confortavelmente um dos atos mais fascinantes da década.

A sonoridade do grupo está enraizada no metal, e os membros demonstram uma compreensão quase acadêmica de como equilibrar proezas técnicas com peso desenfreado. No entanto, é o uso de produção eletrônica, vocais em camadas e melodias pop limítrofes que tornam o produto final tão intrigante. É como se The Weeknd e Hozier passassem um tempo com The Dillinger Escape Plan cantando doom metal europeu e tomando shots de café expresso. Você nunca sabe qual influência se revelará a seguir.

Com apenas dois álbuns no bolso, Sleep Token está virando cabeças em ambos os lados do Atlântico, além de garantir algumas vagas manchete em palcos laterais. Houve um debate feroz sobre quem compõe a banda, com a maioria dos tópicos do Reddit dedicados a especular a identidade do vocalista e principal compositor, “Vessel”. Apegado a uma combinação de melodias comoventes e guturais, o artista emergiu como um dos mais enigmáticos da música alternativa moderna – e as pessoas estão desesperadas para descobrir quem ele pode ser.

Dentro de Sundowning (2019), a canção “The Night Does Not Belong” exemplifica o talento para vastas paisagens sonoras eletrônicas e buracos de coelho musicais, antes de “Gods” e “The Offering” chutarem a porta com suas tendências agressivas, lançando um dos colapsos mais sujos da era contemporânea no processo. A partir daí, viaje para o reino de This Place Will Become Your Tomb (2021), uma extensão natural dos conceitos nascidos no primeiro disco, embora com um foco mais dinâmico e morno.

O ano de 2021 e 2022 recebeu alguns lançamentos de artistas como Architects, Jinjer e Spiritbox. Embora sejam portadores de tochas emocionantes para a música pesada na nova década, não há como negar um certo ar de familiaridade que existe em torno de projetos atuais dessas bandas – para melhor ou pior. O Sleep Token não apenas possui refrões dignos pela carga do balde, mas os apresenta com produção inovadora. É uma música do futuro, fundida com agressividade, desolação e – ocasionalmente – otimismo. Complete isso com os sermões de Vessel e você terá um ato que exala ameaça, beleza e poesia sonora.

Embora inúmeras revistas apontem para grupos seguros e amigáveis como o futuro da música no cenário, seria difícil encontrar um ato que pudesse ser tão original quanto o Sleep Token. No que diz respeito à arte que impulsiona experimentações, a banda pode estar fazendo uma jogada inteligente para buscar sua medalha de ouro – e vale a pena conferir.