Os 7 melhores lançamentos de 2023 no K-Pop até agora | Moodgate
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Os 7 melhores lançamentos de 2023 no K-Pop até agora

Lotado de lançamentos de grupos e artistas proeminentes, o primeiro semestre de 2023 do K-Pop foi, indiscutivelmente, dominado pelas mulheres. No ranking anual do Melon, o principal serviço de streaming sul-coreano, oito das dez faixas mais populares do ano, até então, pertencem a grupos femininos. A supremacia comercial dos girl groups não é um fenômeno recente e, desde o início da nova geração, se fortaleceu ao ponto de não existirem novas bandas masculinas capazes de rivalizar com os números de suas contrapartes femininas. Embora atos como Stray Kids, Seventeen e BTS continuem a performar de forma consistente em diversos quesitos, foram os hits lançados por IVE, Newjeans, aespa e demais que conquistaram a audiência coreana.

Planejada num formato mais curto do que os das resenhas críticas comuns da Moodgate, a lista dos principais lançamentos do primeiro semestre no K-Pop tem como intenção avaliar, exclusivamente, álbuns e mini-álbuns (EPs), desconsiderando qualquer lançamento individual de singles ou os chamados “single albums”, que costumam apresentar, além da canção promovida, mais uma ou duas faixas inéditas. O critério de escolha dos projetos a serem examinados se deu por fatores como a relevância comercial ou qualitativa do álbum ou do grupo, além do voto unânime entre os redatores envolvidos. Naturalmente, a exclusão de discos da lista não sugere uma falta de apreciação por parte dos avaliadores, mas indica que seria impossível dar conta de todos os lançamentos do primeiro semestre numa indústria conhecida pela produção em massa.

Além de uma curta resenha sobre o EP ou álbum, as melhores faixas de cada disco foram selecionadas por nossa equipe que, também, atribuiu uma nota final para os projetos listados. Os escores seguem os mesmos padrões de qualidade empregados pela Moodgate nas avaliações comuns e passam, ainda, pelo crivo dos editores. Em muitos casos, o ritmo artificial e manufaturado da indústria do K-Pop como um todo foi levado em consideração para a nota, uma vez que, na maior parte do tempo, os membros dos grupos não se envolvem diretamente com suas canções e se limitam aos papéis de intérpretes e dançarinos. 

Sem mais delongas, a lista dos lançamentos principais do K-Pop na Moodgate compartilha da mesma qualidade das nossas outras resenhas, e, quer você se interesse pelo gênero ou não, vale a pena conferir.

Twice: Ready to Be
k-pop — março de 2023

Batendo recordes nas paradas musicais dos Estados Unidos, o TWICE conquistou mais uma vez seus ouvintes com seu mini-álbum Ready to Be, trazendo melodias empolgantes e ritmos que contagiam pelo carisma que caracteriza o grupo. O EP conta com sete canções, sendo uma delas o single MOONLIGHT SUNRISE, lançado previamente e se tornando o segundo entre os singles do TWICE a entrar no ranking da Billboard Hot 100, ficando atrás da romântica e empolgante The Feels. Juntamente com SET ME FREE, as duas faixas abrem a pista de dança de uma forma bem característica das músicas do grupo, trazendo um ar de discoteca com melodias chicletes acompanhadas de um Hip Hop pouco surpreendente.

GOT THE THRILLS dá continuidade no dance pop, mas altera a cadência para dar uma energia mais diurna e menos bubblegum, com melodias leves que levam o ouvinte para um agradável passeio de carro com as amigas pela cidade, mas se torna tão esquecível quanto Alcohol-Free. No meio do caminho, o TWICE traz BLAME IT ON ME, que destoa totalmente das outras canções com uma batida estilo rock alternativo de estrada. Em seguida, WALLFLOWER traz de volta a repetição de refrão que satura pelo teor genérico e a faixa parece estar ali apenas para preencher espaço. CRAZY STUPID LOVE finaliza o projeto e suaviza ainda mais a discoteca inicial com uma batida melódica semelhante às faixas do Formula of Love O+T= <3.

Ready to Be, nos seus altos e baixos, mantém o grupo em uma posição confortável dentro da musicalidade do Kpop, ao mesmo tempo em que destaca um ou dois hits próprios para o verão. — Yasmin Fernandes

Nota: 7
Melhores faixas: SET ME FREE e MOONLIGHT SUNRISE

Jimin: Face
k-pop — março de 2023

Em seu debut solo, o membro do aclamado BTS traz seu lado pessoal. Além do single Set Me Free pt. 2 lançado antes do álbum, Jimin envolve seu público em seus mais íntimos sentimentos no decorrer das 6 faixas ali presentes. Face-off inicia no estilo dark, com batidas que lembram trap e surpreende por se distanciar do seu estilo dentro do grupo. Criando uma atmosfera de backstage, com sons característicos de uma pausa para respirar, Interlude: Dive é imersiva e cria uma transição para Like Crazy, que introduz um clima nostálgico estilo anos 80, com batidas disco e vocal marcante até mesmo na versão em inglês. Dando uma continuação limpa e coerente para a história contada, Alone leva para uma conversa íntima com o cantor, como uma confissão de seus pensamentos e reflexões.

Set Me Free pt.2 chega na finalização desse monólogo, trazendo batidas contagiantes que retornam à sonoridade inicial do álbum. Em um ato de libertação, Jimin mostra todo o seu potencial de sucesso com um single vibrante que conquistou os ouvintes. Exclusiva para a versão física, Letter foi adicionada ao disco e oferece uma produção mais orgânica que destaca a melodia leve aliada ao acústico do artista. Por prezar pela pessoalidade e poesia de Jimin mesmo nessa indústria, FACE traduz sua intitulação em um curto período de emoções mistas. No que diz respeito a iniciar uma trajetória original, sendo o terceiro membro do BTS a lançar um álbum solo, Jimin conquista os fãs com sua transparência em vocais bem produzidos na maior parte do tempo. — Yasmin Fernandes

Nota: 7.5
Melhores faixas: Set Me Free pt.2 e Like Crazy

IVE: I’ve IVE
k-pop — março de 2023

Depois de três lançamentos imensamente bem sucedidos nas paradas sul-coreanas, o primeiro álbum completo do IVE traz onze canções inéditas. Dentre elas, a abertura com a enigmática Blue Blood é ideal para instaurar a curiosidade no ouvinte graças a sua construção instrumental intrigante. Do baixo no início à percussão do refrão sucedida por um sinuoso violino, a faixa é um dos destaques na discografia do girlgroup. Os singles I AM e Kitsch simbolizam metades distintas da identidade do grupo que, muito alicerçado à estética Y2K, inclui no I’ve IVE duas canções que, embora igualmente viciantes, sugerem intenções distintas. Ao passo que a primeira acompanha a elegância dos trabalhos anteriores da banda, as passagens contrastantes de Kitsch apontam para uma proposta mais capaz de viralizar nas redes e influenciar desafios de dança no TikTok.

Enquanto as três canções que sucedem o primeiro terço do novo disco falham em reproduzir a mesma autenticidade do início, o apelo envolvente de Hypnosis serve como um energizante necessário após uma parcela de faixas particularmente esquecíveis do álbum. Reminiscente de antecessoras como KARA e Girls’ Generation, a açucarada Not Your Girl é entusiasmada e, em seus melhores momentos, divertida, mas bem como Hypnosis, acaba soando como um oásis antes de mais três músicas insossas.

Apesar das numerosas interferências, os ápices do I’ve IVE antecipam um futuro de consistente qualidade para um dos atos femininos que encabeça a nova geração do K-Pop. Mesmo assim, a despeito da sede dos fãs por álbuns completos, não há como não sentir que a experiência do disco seria superior se reduzido a um EP, melhor concentrado nos pontos fortes do grupo e mais interessado em exibir novas facetas do IVE. — João Victor Mothé

Nota: 7.2
Melhores faixas: Blue Bood, I AM e HYPNOSIS

Seventeen: FML
k-pop — abril de 2023

Com a inatividade de outros artistas masculinos consagrados, é seguro afirmar que o Seventeen assumiu o posto de único boy group a alcançar números similares aos das bandas femininas. Com quatro milhões e meio de cópias vendidas só na primeira semana, o último álbum quebrou o recorde do BTS como o disco mais vendido da história do K-Pop. Além dos números, é impossível não apreciar os inúmeros talentos do Seventeen, que detêm uma rara liberdade dentro da indústria sul-coreana para produzir e compor seu próprio material.

FML, o décimo EP do grupo, segue a tradição de originalidade do Seventeen ao parear elementos próprios à identidade da banda com sonoridades familiares. A canção de abertura soa como se Babyface tivesse se juntado a Woozi e Bumzu no estúdio para acrescentar os samples vocais e a instrumentação, que remetem às produções de hip hop e R&B dos anos noventa. Apesar de F*ck My Life encapsular perfeitamente a essência do Seventeen, não é difícil entender o motivo de Super, a segunda faixa, ter sido escolhida para concentrar a divulgação do EP. Além do estúdio e das coreografias, parte do reconhecimento da banda vem pelas performances energéticas e intensas, e o single proporciona a atmosfera perfeita para apresentações épicas.

Entre a pulsante Fire e o synth pop agradável de Dust, a convidativa I Don’t Understand But I Luv U rouba a cena. Sutis nos versos, os acordes da guitarra elétrica que cruzam a faixa e a seção de rap exemplificam a potência diversa do Seventeen, que divide seus integrantes em três sub-unidades especializadas em uma competência distinta. Enquanto os rappers e os vocalistas principais da banda protagonizam outras faixas, a chamada Performance Team comanda a quarta canção do FML de modo sedutor e viciante.

Nota: 7.5
Melhores faixas: I Don’t Understand But I Luv U e F*ck My Life

LE SSERAFIM: Unforgiven
k-pop — março de 2023

Após dois EPs comercialmente bem sucedidos que se encarregaram de estabelecer o LE SSERAFIM como um dos melhores grupos de performance da nova geração, a Source Music, agência do quinteto, escolheu o caminho mais preguiçoso possível para UNFORGIVEN, antecipado pelos fãs como o primeiro álbum completo do grupo. Apesar de compreender treze músicas, o disco compila as faixas principais dos dois EPs anteriores, FEARLESS e ANTIFRAGILE, e apresenta, apenas, sete canções inéditas. Nenhuma delas, no entanto, consegue acompanhar o carisma dos novos singles.

Apesar de comum no K-Pop, o formato de “repackage” se mostra ainda mais desacertado no UNFORGIVEN graças às regravações de três das primeiras canções lançadas pelo grupo no ano passado. As chamadas “2023 versions” soam como uma tentativa de atender à parte do público do coreano que ainda não esqueceu as controvérsias da saída de Garam do grupo. Por mais empolgantes que canções como Blue Flame e Impurities possam ser, a inclusão dessas faixas antigas no álbum ofuscou ainda mais as outras novas músicas completamente medianas do projeto, como a genérica e esquecível FEARNOT e a insossa Flash Forward.

Felizmente, a faixa título produzida por Nile Rogers é, embora potente por conta própria, levada a um novo nível nas apresentações ao vivo do grupo graças a presença de palco inegável das cinco integrantes do grupo. Eve, Psyche and the Bluebeard’s Wife cria uma atmosfera característica de ballrooms que pede uma coreografia com movimentos extremamente precisos de vogue. Não por coincidência, as duas canções foram escolhidas para receberem maior investimento de divulgação, ganhando, além de performances nos programas de música semanais coreanos, videoclipes. — Marcella Fronterota

Nota: 6.4
Melhores faixas: Unforgiven e Eve, Psyche and the Bluebeard’s Wife

æspa: MY WORLD
k-pop — maio de 2023

Na contramão da saga cyberpunk construída pelos visuais e composições dos materiais anteriores, o quarteto æspa retornou com o single Spicy, carro chefe do EP MY WORLD que conta com cinco outras faixas. Marcada pela energia eufórica e passagens vocais carismáticas que remontam performances dignas de líderes de torcida, Spicy chama mais a atenção por não tratar-se de mais um episódio da disputa das quatro integrantes contra a entidade maligna Black Mamba, vilã do universo arquitetado desde a estreia do grupo. Do videoclipe às letras, o single carece de personalidade, e mais se assemelha a uma faixa que poderia pertencer a discografia de qualquer outro girlgroup. Não obstante, perde ainda mais valor quando inserido, dentro do EP, entre a cinemática Welcome to My World e Salty & Sweet.

Num aceno à história repleta de alegorias contada pelo grupo desde sua concepção, a primeira canção do EP demonstra um amadurecimento sonoro notável bem representado pelo instrumental crescente e etéreo. A orquestra que sucede o refrão fabrica uma atmosfera de conformidade com o que se espera do æspa, resultando numa faixa que transpira a essência do quarteto. Em igual proporção, apesar de não ter sido a música escolhida para concentrar a divulgação do MY WORLD, Salty & Sweet ganha o ouvinte pela produção lotada de sintetizadores e batidas eletrônicas que, depois do refrão, culminam numa seção de rap já característica para o grupo. O R&B suave de Thirsty é outro momento de destaque no EP, que se encerra com a apática e esquecível ‘Til We Meet Again. — João Victor Mothé

Nota: 7
Melhores faixas: Welcome to My World e Salty & Sweet

(G)-IDLE: I Feel
k-pop — maio de 2023

Você provavelmente já deve ter se deparado nas suas redes sociais com o fenômeno Queencard, mesmo que não seja um consumidor assíduo de K-Pop. O hit lançado há pouco menos de dois meses vem expandindo seus números digitais por conta do desafio que consiste em reproduzir a coreografia chiclete. A canção faz parte do EP I Feel, detentor de outras seis faixas com letras marcantes e, em especial, uma identidade sonora que o (G)-IDLE construiu ao longo de suas últimas obras.

Buscando navegar em águas pouco exploradas, o grupo tem direcionado seus lançamentos recentes para uma sonoridade próxima do rock, com forte presença de guitarras elétricas e uma percussão marcada. Os últimos dois álbuns do (G)-IDLE contribuíram para a edificação dessa estética pop rock, que não se resume somente à sonoridade, mas também à construção visual do conceito da banda. No novo disco, espera-se que, depois da impositiva Queencard, o restante das faixas sigam com a mesma mensagem, mas isso não acontece. Ainda que Allergy tenha nuances desse pop punk que o grupo promete, a canção vende uma narrativa frágil do conceito. Já Lucid e All Night cumprem protocolo: fogem da proposta, tendo em vista sua falta de originalidade. São músicas divertidas, mas se você é um entusiasta de k-pop, com certeza já ouviu algo semelhante. O EP encerra com duas baladas – quase que um requisito no mercado – que falam sobre amor, Paradise e Peter Pan, que pouco exploram o talento do quinteto.

O resultado do projeto é a impressão de que o (G)-IDLE parece estar no caminho certo, mas ainda não chegou lá. Mesmo sendo um dos maiores de sua geração no K-Pop, falta um pouco mais de ousadia. Tendo em vista o difícil cenário que enfrentam, amarrado a preconceitos e limitações, o trabalho parece ser de formiguinha, portanto, é justo reconhecer o esforço do grupo. As letras ressoam com uma narrativa de empoderamento feminino e as melodias são dançantes. Vale a pena conferir! — Marcella Fronterota

Nota: 7.0
Melhores faixas: Queencard e Allergy

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