Em show quente, Red Hot Chili Peppers encanta São Paulo com novos e antigos hits | Moodgate
Um novo sentimento para a música
4457
post-template-default,single,single-post,postid-4457,single-format-standard,bridge-core-3.0.1,qode-news-3.0.2,qode-page-transition-enabled,ajax_fade,page_not_loaded,,qode-title-hidden,qode_grid_1400,vss_responsive_adv,vss_width_768,footer_responsive_adv,qode-content-sidebar-responsive,qode-overridden-elementors-fonts,qode-theme-ver-28.7,qode-theme-bridge,qode_header_in_grid,wpb-js-composer js-comp-ver-6.8.0,vc_responsive,elementor-default,elementor-kit-7

Em show quente, Red Hot Chili Peppers encanta São Paulo com novos e antigos hits

Goste ou não: Red Hot Chili Peppers é uma das bandas a se ver ao vivo

Por Mathes Izzo

Ciclo completo. Essa é a sensação que se tem ao assistir o Red Hot Chili Peppers ao vivo em 2023. Se você, millennial, “cresceu no rock” ou teve qualquer influência das bandas que suas referências amavam, o quarteto formado por Kiedis, Flea, Frusciante e Chad é um dos nomes a se riscar da lista quase obrigatória de desejos.

Há alguns dias, listamos aqui na Mood cinco motivos para não perder a Unlimited Love Tour, turnê que divulga os dois novos discos da banda. A verdade é que, na prática, o que mais se tem são motivos para ver os californianos com os próprios olhos.

Não há um senso de urgência nesta tour como visto em vindas passadas ao Brasil. Centrados, os músicos parecem ter um único objetivo: entreter um estádio lotado apenas com seu som. Se essa é a ideia principal, é cumprida com fervor. Kiedis tem sido um frontman mais acuado nos últimos anos, passeando entre a timidez e até uma suposta “falta de energia”, mas Flea, Chad e John hoje são a alma do negócio. Tecnicamente um primor.

A cozinha do Red Hot sempre foi aclamada mundo afora desde Blood Sugar Sex Magik, mas o que mais surpreende neste novo show é a química sonora e a harmonia entre Flea, Chad e John. É como se eles se entendessem no olhar e estivessem tocando juntos há anos, todas as noites, as mesmas canções. E por mais que essa seja a sensação, vale lembrar que John voltou ao grupo após mais de uma década longe só em 2021.

Anthony se sente confortável para exercer a função – muito da ingrata ocasionalmente – de frontman sem palavras arranhadas em português para conquistar os milhares que o olham com admiração. É gogó pra jogo e bola para a frente, ainda que vez ou outra esqueça alguns versos. O entrosamento fica tão evidente que o quarteto decide mudar a setlist de show para show. É nesta variedade de tracks performadas que eles preenchem as lacunas das surpresas e optam por faixas que talvez nunca voltariam a sentir a brisa da noite.

Ontem, (10), em São Paulo, essa história ganhou mais um capítulo. O público paulista foi presenteado com a já esperada chuva de hits, como Can’t Stop e By The Way, e sons inesperados. Tracks como Tell Me Baby e Don’t Forget Me caíram como uma luva para os quase 60 mil que estavam presentes no Morumbi, enquanto a extraordinária Parallel Universe parece ter levado às alturas os fãs mais dedicados de Californication.

As novas e cheias de energia Tippa My Tongue e Black Summer, que funcionam quase como clássicos groovy à la década de 90 repaginados, dobram de tamanho e se agigantam durante o show, direcionando a atenção dos menos fiéis aos novos trabalhos. O único ponto negativo, talvez, seja a duração da apresentação. Após a pandemia, a régua subiu: artistas internacionais tem tocado por, no mínimo, 3h. Recuperar o tempo perdido? Pode até ser, mas a sensação que fica é que o show seria ainda mais redondo se tivesse espaço para mais cinco ou seis tracks. Ficou um “gostinho de quero mais”.

A marca deixada pela passagem da Unlimited Love Tour no Brasil ecoa no ar como se fosse um lembrete: independente do tempo, o papo na mesa de bar sobre o Red Hot Chili Peppers será sempre sobre som. É o tipo de marco cultural que conecta e transforma. Após mais de 40 anos de carreira, eles parecem estar tentando virar o jogo mais uma vez. Se no fim dos anos 80 eram os azarões disputando os holofotes com nomes consagrados do hard rock e do heavy metal, hoje encontram forças na nova fase para provar que não são e nunca foram uma banda de tendências.

Mesclando o peso de clássicos inegáveis com a vitalidade das novas faixas, o show não é só um presente aos fãs que esperaram mais de 20 anos para reencontrar Frusciante, mas sim uma celebração à jornada que transcende gerações. É a reafirmação de uma essência que, tempo vai, tempo vem, permanece intrínseca, vibrante e capaz de encantar as multidões.

About the Author /

moodgate.br@gmail.com

Post a Comment