No Circo Voador, Ana Frango Elétrico prova que é uma mistura de tudo o que há de bom na música brasileira
Vou jogar uma aqui: eu tenho a impressão de que a sensação de assistir à Ana Frango Elétrico em 2024 deve ser parecida com a que foi assistir aos grandes nomes da MPB nos anos 70. Ana Frango é uma mistura de tudo que é bom na música brasileira.
O show, que aconteceu no último sábado (27) no Rio de Janeiro, foi leve, dançante, carnavalesco — enfim, uma delícia. Num Circo Voador abarrotado e com todo mundo cantando tudo, Ana mostrou o porquê do hype criado logo do lançamento de Me Chama De Gato Que Eu Sou Sua, disco eleito um dos melhores do ano passado pela Moodgate. Durante a apresentação, é fácil de notar que Ana é aquele tipo de artista que cria uma conexão com seu público que é difícil de explicar. Não é só o fato de todo mundo cantar junto: é o transe que a galera fica. O jeito como as letras ressonam nas pessoas que estavam lá é diferente. Eu já vi muito isso em shows dos Los Hermanos e, mais recentemente, com o Supercombo.
Todos os discos foram contemplados no show e os destaques pra mim foram a abertura com Coisa Maluca, a melhor música do ano passado, Insista em Mim e a dobradinha que fechou a primeira parte do show com Electric Fish e Dr Sabe Tudo, todas faixas do Me Chama De Gato Que Eu Sou Sua. O último álbum de Ana remete a esse Soul, black setentista brasileiro e isso reflete no show.
O único porém, entretanto, foi o ritmo da apresentação. Algumas partes me pareceram alongadas demais e que não acrescentam tanto assim a experiência. Em determinado momento foi feito um leilão de um quadro que estava sendo pintado ao vivo. Divertido? Sim. Mas eu queria dançar.
O sold out de ontem foi só um prenúncio do que vai rolar em tantos outro da Ana em 2024. Fica a dica: anunciou o show, compre e aproveite
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