Fresno — Eu Nunca Fui Embora - PARTE 1 | Moodgate
Um novo sentimento para a música
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Fresno — Eu Nunca Fui Embora – PARTE 1

Em Vou Ter Que Me Virar, a Fresno já tinha provado forte base na cena emo nacional, inovando e consolidando raízes construídas ao longo de seus 25 anos de carreira. Agora, com Eu Nunca Fui Embora – PARTE I, Lucas Silveira (vocal), Gustavo Montovani, ou Vavo (guitarra) e Thiago Guerra (bateria) reforçam o peso do nome do grupo em grande estilo, batidas contagiantes e composições notáveis, além de fazer alusão aos seus outros discos com diversos elementos líricos e rítmicos. É um disco, acima de tudo, inovador, mas não deixa de esbanjar nostalgia.

De maneira independente, o projeto foi dividido em duas partes, com a PARTE 2 prevista para ser lançada no meio do ano junto ao início da nova turnê da banda, sendo assim, também, um modo de promovê-la.

Com listening parties para escutar o disco poucos dias antes do lançamento em 29 cidades diferentes, a divulgação do ENFE foi uma das maiores de toda a carreira da banda, o que também reforça seu peso.

O álbum conta com sete faixas, sendo uma delas o single Eu Nunca Fui Embora, responsável por dar o pontapé inicial para essa nova era e, também, por dar a nova cara para o grupo. Aqui já se nota a vertente vintage predominante no conceito do novo trabalho, repleto de tons verde água que marcam o novo visual da banda, como a cor azul fez na era do VTMQ. E não apenas sobre o visual, o ritmo e as composições emocionantes voltadas para os sentimentos e as experiências de Lucas Silveira já se mostram mais árduas junto ao amadurecimento musical contínuo que a Fresno busca de forma incessante, tudo em meio a essa faixa.

Também sendo a primeira faixa do disco, Eu Nunca Fui Embora não se trata, como muitos fãs brincam, sobre a Fresno nunca ter ido embora, mas sim sobre amor e, sobretudo, uma desilusão dele. Lucas coloca seus sentimentos a frente e, juntos a riffs e acordes de guitarra, tudo fica mais intenso. É uma bela porta de entrada.

Quando o Pesadelo Acabar dá continuidade à caminhada intensa presente na primeira faixa. Instrumentalmente, ela é árdua e, liricamente, dolorida. A canção fala sobre a solidão após o rumo de uma relação ir para onde Lucas nunca imaginou chegar. Além disso, a ponte da faixa é semelhante aos ritmos das músicas Natureza Caos e ELES ODEIAM GENTE COMO NÓS, com riffs contínuos.

Indo para algo mais calmante, Me And You (Foda Eu e Você) caminha para um indie rock, com acordes de guitarra e batidas contagiantes, apesar da letra manter o patamar melancólico, enquanto aborda sobre relacionamentos. É um respiro após o peso das músicas anteriores, além de ser uma faixa mais pop, dançante e animada. Eu Te Amo / Eu Te Odeio (IÔ-IÔ), com participação da Pabllo Vittar, permeia entre algo parecido, mas adiciona riffs agressivos de guitarra e agudos expressivos de Vittar, o que deixa a faixa mais forte, voltando-a para o rock alternativo. Para alguns, talvez seja um feat. inusitado, mas a participação da cantora na música deu mais do “rock” para o disco, dado seus gritos e seu verso eufórico em meio a efervescência que a guitarra toma do meio para o final da faixa.

Camadas volta para as tonalidades do álbum Revanche, com ritmos mais saudosistas e com acordes mais leves para destacar o vocal de Lucas, o que funciona com êxito e destaca a letra, que ainda aborda sobre amor e as vivências do vocalista em meio a isso. Conforme a música vai chegando ao fim, o ritmo fica mais intimista, com riffs mais profundos e., assim, a voz de Lucas com seus agudos se encaixa cada vez mais ao tom escolhido.

Era Pra Sempre se trata de uma declaração de amor para Karen Jonz, esposa de Lucas. No começo, a canção é mais calma e envolvente. Aqui, tudo é bonito e confortável. O que, também, dá a entender que o vocalista encontrou paz após seus sentimentos doloridos em meio ao que já passou com o amor. Então, acima de tudo, é satisfatório, tanto por ser a penúltima faixa do álbum, mas também por ser um final feliz em volta de pesadelos e desilusões. No final, a faixa chega em ritmos explosivos, mas de nada é triste, e sim emocionante. Lembra as tonalidades exploradas em Vou Ter Que Me Virar, que diversas vezes segue a linha tênue entre o calmaria e a explosão.

INTERLUDE passa pelos samples das músicas anteriores, anunciando um fim a tudo o que foi composto no disco. É estática, com toques de teclado e uma voz abafada do Lucas. Transmite calma, o que parecia impossível de se encontrar em meio a tantos sentimentos melancólicos misturados nas faixas iniciais.

Com isso, a banda porto-alegrense consolida sua forte influência no emo e na música nacional. Apesar de ser um disco inovador, o trio retorna diversas vezes para suas raízes, redescobrindo sua essência. As tonalidades dos projetos anteriores junto às novas esbanjam a maturidade que a Fresno vem mostrando ao longo dos anos. Diante disso, provam que continuam na mesma intensidade e energia de uma década atrás, demonstrando elevada versatilidade, embora todos os elementos que caracterizam sua identidade se mantenham presentes e nítidos.

Nota: 8.6

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