A beleza no caos: Rancore faz show intenso no Rio de Janeiro | Moodgate
Um novo sentimento para a música
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A beleza no caos: Rancore faz show intenso no Rio de Janeiro

Concebendo a existência de um caos organizado, o Rancore finalmente voltou ao Rio de Janeiro para um show inesquecível na noite do último domingo (7). O público chegou em cima da hora e uma grande fila se formou na frente do Agyto. Muitos ingressos foram vendidos na porta (domingo é complicado mesmo). Mas, no fim das contas, casa totalmente cheia para receber o quinteto que voltou a cair na estrada após longos anos para a Turnê Relâmpago em parceria com a produtora Balaclava.

Possuindo apenas três álbuns, sendo o mais recente deles, Seiva, lançado em 2011, o Rancore é composto por Teco Martins (vocal), Gustavo Teixeira (guitarra), Candinho Uba (guitarra), Rodrigo Caggegi (baixo) e Ale Iafelice (bateria), e seu som mistura elementos do punk, rock alternativo e hardcore.

A noite começa com o show de abertura da banda de hardcore da zona norte do Rio Circus, que está completando 10 anos de trajetória. Carismáticos e competentes, a dedicação de cada integrante em cima do palco contagiou o público que já começava a fazer alguns mosh’s. Formado por Bernardo Tavares (vocal), Alex Heink (guitarra), Eduardo Lopez (guitarra), Lucas Mendes (baixo) e Hugo Rezende (bateria), o grupo possui dois discos de estúdio, sendo um deles no Show Livre, além de diversos outros singles que transitam entre o som pesado e o melódico.

Eis que chega a hora da atração mais aguardada da noite. O que se via era uma grande concentração de pessoas e energia prestes a se transformar em algo caótico. A apresentação já começa com uma sequência avassaladora, nessa ordem: Escravo Espiritual, Jeito Livre, Samba, Mãe, Transa, 5:20 e Ritual. Todas músicas do álbum Seiva. Não havia uma pessoa sequer que não estivesse pulando nesse momento. Dando continuidade, um resgate histórico ao segundo álbum Liberta, lançado pela banda lá em 2008, as canções Liberta e Respeito É a Lei, ao menos na segunda dessas, houve um leve respiro da plateia, que já se encontrava ensopada de suor.

Em certo momento, todas as pessoas já estavam muito felizes e aceleradas e com toda aquela explosão de serotonina tomando conta do ambiente, acabou acontecendo um pequeno destempero entre dois rapazes bem na frente do palco. O vocalista Teco imediatamente interdita a pequena discussão, de modo sutil, fora do microfone, conciliou, abraçou os dois e deu prosseguimento à apresentação. É lindo ver o descontrole e o caos, porém, mais lindo ainda quando esse caos é um caos organizado e comandado por alguém que entende e respeita o seu público.

Apesar de poucos álbuns lançados, o Rancore possui um repertório vasto justamente por cada uma de suas músicas ser, de algum modo, impactante, e esse show foi uma caminhada por grande parte delas. Indo para o bis final, um momento bastante emotivo, Teco Martins dedicou a música Cresci para sua amiga Fernanda que está no hospital lutando contra o câncer e pediu para que todos acendessem luzes de celular e isqueiros para iluminar o palco e também dedicassem essa música para alguém especial.

Depois de chorar, é hora de extravasar. a banda fecha o espetáculo com Yoga, Stress e Cafeína, primeira música do primeiro álbum de mesmo nome, lançado em 2005. Foi uma verdadeira explosão. E pra finalizar, Teco se jogou em cima da plateia e foi carregado nos braços do público por toda a casa de show, de ponta a ponta. Uma apresentação muito digna desta banda que é tão querida e sempre lembrada  pelo povo carioca.

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lucaspiresj98@gmail.com

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