Com line-up diversa e pôr do sol deslumbrante, festival Vozes promete se tornar um dos eventos mais imperdíveis do Rio
Marcado para os dias 12 e 13 de outubro, a próxima edição do Festival Vozes mostra, de todas as formas possíveis, que os organizadores não acreditam em sorte de principiante. A começar pela locação deslumbrante do Museu do Amanhã — uma adição mais recente à quase infinita lista de cartões portais possíveis para o Rio de Janeiro —, o Vozes tem apostado em uma comunicação quase impecável com o seu público ao reunir, em sua line-up, artistas que, nas últimas três décadas, despontaram na música por trazerem inegável autenticidade ao cenário.
É o caso do BaianaSystem e dos rappers BK’ e FBC, que, juntamente com a Banda Black Rio, prometem agitar o primeiro dia do evento. No domingo (13), os Novos Baianos se aliam a Ana Frango Elétrico, Marina Lima, Letrux e Fernanda Abreu, que devem subir no mesmo palco no qual, mais tarde, Pretinho da Serrinha e Maria Rita comandarão uma roda de samba do jeito mais carioca possível.
Com grande parte da line-up sendo originária do Rio de Janeiro, a escolha de nomes escalados para compor o Vozes proporciona, ainda, a impressão de que a curadoria do festival se empenhou para atrair o maior público possível para o evento ao oferecer um encontro entre artistas de diferentes gerações. Pensando nisso, a Moodgate traz uma breve apresentação sobre cada uma das atrações do festival, com a esperança de dar aquele empurrãozinho final para garantir o seu lugar num festival que tem a cara da cidade maravilhosa.,
sábado, 12 de outubro
BaianaSystem
Após terem participado das edições mais recentes do Rock in Rio e do Lollapalooza, os membros da banda Baianasystem apresentarão, no festival Vozes, mais uma de suas eletrizantes celebrações à música afro-brasileira. O grupo liderado por Russo Passapusso, Seko Bass e Roberto Barreto é famoso por sempre promover catarses coletivas durante os seus shows ao vivo. Para o dia 12 de outubro, a expectativa é de um clima apoteótico. — Lucas Couto
BK’
Nos últimos anos, dentre o público do rap, BK’ passou a ser considerado por grande parte do público como o nome mais importante do gênero na atualidade — e, com uma discografia tão consistente e sucessos variados, é difícil discordar. Em 2016, o lançamento do disco Castelos & Ruínas iniciou uma trajetória marcada pela aclamação, primeiro no cenário underground e, posteriormente, em maior escala. O álbum seguinte, Gigantes, tornou-se particularmente emblemático em sua carreira e foi eleito, em 2018, como o segundo melhor disco do ano pela Rolling Stone Brasil.
Num primeiro dia com um menor número de atrações, BK’ promete fazer o Museu do Amanhã vibrar com seus grandes hits e, em especial, as faixas de seu projeto mais recente, ICARUS.
FBC e Banda Black Rio
Embora só tenha adquirido popularidade a nível nacional em 2021 com o lançamento do álbum BAILE, FBC já era muito conhecido no nicho do hip hop bem antes disso. O artista, que costumava colecionar títulos nas batalhas de rimas do Duelo de MCs em Belo Horizonte, teve participação na faixa Poetas no Topo 2 em 2017 — uma das obras mais aclamadas do período que muitos consideram como a era de ouro do rap nacional moderno —, acompanhado de grandes nomes como Orochi, Baco Exu do Blues e Froid. FBC promete contagiar o público no Museu do Amanhã com as batidas de funk dos anos 90 com as canções nostálgicas de BAILE.
O convite da Banda Black Rio, em atividade desde meados dos anos 70, deve proporcionar um espetáculo ainda mais inesquecível. O grupo é conhecido pela mistura do samba com diversos segmentos da música, como o jazz, o funk e o soul, o que deve oferecer uma nova roupagem para algumas das faixas de FBC.
domingo, 13 de outubro
Novos Baianos apresentam Sempre Novos e Baianos
No dia 13 de outubro, os Novos Baianos estrearão, no festival Vozes, o seu novo show Sempre Novos e Baianos’, que trará um setlist especial montado pelos fãs da banda. O repertório escolhido para esta apresentação já foi divulgado e conta com sucessos atemporais, como Mistério do Planeta, Preta Pretinha, A Menina Dança, Dê um Rolê e Brasil Pandeiro. Será um show imperdível que revisitará a história de um dos grupos mais importantes da música brasileira.
Atualmente, o Novos Baianos ainda conta com três de seus integrantes-fundadores: os ícones Pepeu Gomes, Baby do Brasil e Paulinho Boca de Cantor. — Lucas Couto
Ana Frango Elétrico convida Marina Lima
Além do local de nascimento, Ana Frango Elétrico e Marina Lima têm mais em comum do que você imagina. Apesar de amantes declaradas da MPB, Ana e Marina partilham de um mesmo espírito livre e vanguardista que, por meio da experimentação sonora, encontram uma interseção entre suas principais influências nacionais e internacionais, além de amplo espaço para mostrar suas próprias cores.
Com um dos álbuns mais aclamados da música nacional em 2023 no catálogo, Ana rejeita rótulos de qualquer natureza e, em especial, mostra-se resistente em integrar a caixinha da “Nova MPB”. Apesar disso, é bem verdade que, a cada novo trabalho, Ana reacende o interesse no gênero para uma juventude relativamente distante dos clássicos, ao mesmo tempo em que impressiona os conservadores mais céticos que se apoiam naquela retórica ignorante do suposto empobrecimento da música nacional.
Na mesma medida, ao longo das suas quase cinco décadas de carreira, Marina Lima nunca deixou de arriscar. Em 1979, se tornou a primeira mulher a assinar um contrato com a gigante Warner Music Brasil para o lançamento de Simples Como Fogo, seu primeiro álbum. As décadas seguintes foram marcadas por inúmeros sucessos, em especial o disco Fullgás, de 1984, lotado de synths e muita versatilidade. Bem como Ana Frango Elétrico, Marina mais se aproxima de um ícone transgressor do que de uma estrela tradicional, dominando as tendências e as repaginando da própria maneira.
Letrux convida Fernanda Abreu
Tão irreverentes quanto talentosas, Letrux e Fernanda Abreu têm suas origens nos clubes noturnos cariocas e na efervescência da dance music. Além de terem passado por bandas antes de seguirem carreira solo, as duas cariocas são profundamente inspiradas por vertentes mais eletrônicas da música, o que deve render uma parceria memorável no palco do Vozes.
Carismática e imensamente criativa, Letrux lançou, em junho do ano passado, seu último projeto de inéditas, Letrux Como Mulher Girafa, e, desde então, vem sendo figurinha carimbada em festivais pelo país, arrastando seus fãs para admirar suas performances incrivelmente enérgicas. Fernanda Abreu, por outro lado, participou da primeira formação da Blitz nos anos 80 sob o convite de Evandro Mesquita, e é renomada pela incorporação de influências distintas em sua música. É fã declarada de Madonna, a quem tece referências diretas por meio de samples desde seu primeiro disco solo, o Sla Radical Dance Disco Club.
Roda de samba do Pretinho da Serrinha e Maria Rita
Também carioca, Pretinho da Serrinha recebe seu nome artístico diretamente de uma experiência ainda quando recém nascido, quando seus familiares foram visitá-lo na maternidade e começaram a cantar A Banda do Zé Pretinho, de Jorge Ben Jor. Nome tradicional no samba carioca, participou da banda de Dudu Nobre e já colaborou com diversos artistas fundamentais da música brasileira, como Caetano Veloso, Seu Jorge, Marcelo D2, Marisa Monte e Lulu Santos.
Aliado a Maria Rita, também ícone do samba nacional, Pretinho da Serrinha deve animar o Museu do Amanhã com sua percussão enérgica já conhecida pelos cariocas. Em 2018, o disco Amor e Música, uma colaboração dos dois artistas, foi condecorada com um Grammy Latino, e os maiores sucessos dessa parceria como Chama De Saudade e Reza, devem marcar presença na setlist.
Se interessou? Os ingressos continuam disponíveis aqui, no site oficial do festival Vozes, então corre pra garantir o seu.