BK' e o vôo apoteótico de Icarus | Moodgate
Um novo sentimento para a música
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BK’ e o vôo apoteótico de Icarus

Para muitos, BK’ é o nome mais importante do rap nacional na atualidade, e não há muito como discordar. Nascido e criado no Rio de Janeiro, o Abebe Bikila construiu ao longo de sua carreira trabalhos sólidos, atemporais, com referências bem utilizadas e inventividades líricas.

Como ninguém caminha sozinho, há de se destacar também o beatmaker JXNV$, que fez parte de praticamente da discografia do rapper e esteve presente desde o seu álbum de estreia até ICARUS, o último estrondoso do artista.

A trajetória

Em 2016, BK’ realizou o lançamento de seu primeiro álbum que já nasceu clássico,  Castelos e Ruínas, pela gravadora independente Pirâmide Perdida Records. Sendo muito bem recebido no cenário underground, o rapper ganhou ainda mais projeção após seu trabalho receber elogios do MC Marechal, que o classificou com o futuro do rap brasileiro.

Destaque para a música Caminhos que se tornou hino no meio do rap e arrepia qualquer um pela potência sonora do boom bap, pela força da voz de BK’ e intensidade da sua letra. A composição explora uma série de rimas que são marcadas por sua dualidade: “eu sou o luxo, e o lixo, eu sou o limpo, e o sujo”, canta. “Nem duas caras, nem máscaras. Nem em cima do muro”.

Ainda em 2016, BK’, junto ao seu coletivo Pirâmide Perdida, foi responsável por projetos de sucesso como as cyphers (músicas gravadas com 3 ou mais MC’s alternando as rimas) Favela Vive e Poetas no Topo que contaram com a participação de consagrados artistas do gênero como Djonga, ADL, Makalister, Sant e Froid.

Dois anos depois, em 2018, Gigantes é lançado, seu segundo álbum de estúdio, e é, mais tarde, eleito o 21º melhor disco brasileiro no ano pela revista Rolling Stone Brasil. É uma obra ampla, bem estruturada, com um instrumental variado e em alguns momentos totalmente voltado para o Jazz, como na faixa Porcentos.

No conturbado ano de 2020, logo após o começo da pandemia de Covid-19 no Brasil, BK’ lança seu terceiro álbum O Líder em Movimento, um projeto mais pessoal, tanto que, diferentemente do dois primeiros, este disco não conta com nenhuma participação e é assinado com o nome de batismo do artista, Abebe Bikila. Confrontando o racismo, o negacionismo, endossando os protestos do Black Lives Matter e trazendo luz a questões como a apropriação da cultura negra no Brasil, as faixas do disco possuem um caráter crítico mais frontal.

Estabelecendo uma analogia a um conhecido mito da Grécia Antiga, Ícaro, o jovem que construiu asas para fugir do labirinto de Creta, mas morreu após elas queimarem por ter chegado muito perto do sol, BK’ lança seu quarto álbum Icarus. Um trabalho que explora as vivências do corpo preto na metrópole, as perspectivas da sociedade contemporânea dentro do espaço urbano e os desejos individuais que são cerceados pelo perigo da ambição. Contendo 13 faixas, o trabalho rendeu para BK’ o posto de melhor artista de 2022 na primeira edição do Prêmio Rap Brasil e em poucos meses a consolidação do disco de ouro.

Atualmente, a canção mais popular deste álbum é Músicas de Amor Nunca Mais, com participações de Luccas Carlos e Nansy Silvvz. A faixa é a segunda de BK’ com mais visualizações no Youtube, perdendo apenas para Planos, de 2018.

O ótimo recebimento de Icarus pelo público também é refletido no sucesso de sua turnê. Foram mais de 60 shows esgotados por diversas capitais do país, além de uma turnê na Europa que passou por Portugal, França, Inglaterra, Espanha e Irlanda.

A Apoteose

Com mais de 20 mil ingressos vendidos, o show de encerramento desse importante ciclo na carreira de BK’ acontecerá dia 06 de abril de 2024 na Praça da Apoteose, Rio de Janeiro. A apresentação que promete ser a maior da carreira do artista irá contar com mais de 2 horas de duração, músicas inéditas, convidados especiais e uma megaestrutura de palco.

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