O mundo e as experimentações de “Fix Youself, Not The World” – The Wombats
A banda de Liverpool que nos trouxe a modernidade, a realidade e humor em seu novo álbum “Fix Yourself, Not The World”, lançado em janeiro de 2022. The Wombats conseguiu manter a mesma vibe de seus últimos álbuns, mas transformando a sonoridade em algo mais moderno com synths, vibes de discoteca e diversas experimentações. As letras com bastante analogias e ironias sobre várias questões sociais e tecnológicas são o que conduzem ao ouvinte à reflexão de forma sutil, ou não. É um álbum que provoca diversos sentimentos pela amplitude de gêneros.
Recentemente, estiveram no Brasil e em outros países da América do Sul participando do festival Lollapalooza, onde puderam divulgar o seu novo trabalho. Infelizmente, o show no Brasil foi curto devido ao clima em São Paulo, e a setlist ficou incompleta.
Essa construção de estética e a produção são uns dos pontos altos, pois abriu novos caminhos para a banda. Assim, conseguiram atingir um maior público com novas músicas. A produção é um dos importantes pontos a serem ressaltados pelo incrível trabalho de Jacknife Lee (REM, The Killers), Gabe Simon (Maroon 5), Mike Crossey (The 1975, Arctic Monkeys) e outros. Visualizando os produtores citados, se pode identificar o nível de qualidade da produção e o porquê do resultado impecável.
O álbum começa com “Flip Me Upside Down” que transmite a vibe do álbum, mas ao gênero mais fiel de The Wombats com um riff dançante, tanto no baixo, quanto na guitarra. Como segunda faixa do álbum, “This Car Drives All By Itself” traz toda a energia de um hino para ser cantado em estádios e grandes festivais. Na letra, se critica a tecnologia na linha de pensamento de que os carros dirigem sozinhos.
Seguindo o álbum, a terceira música “If You Ever Leave Me, I’m Coming With You” é totalmente bem instrumentada com synths durante o refrão, o que a torna uma balada para ser tocada para multidões. Além do seu refrão chiclete, a música fala sobre promessas e tentativas para estar com alguém. The Wombats é até preciso quando fala em dar um banquete em um moshpit ou parar de escutar Radiohead.
Como todas as músicas do “Fix Yourself, Not The World”, as experimentações estão sendo apresentadas em cada música, porém as mais aparentes são em “Ready For The High” com um baixo bem presente e distorcido. E como o vocalista Murphy disse em uma entrevista para NME: “Ready For The High” é uma faixa inspirada nos anos 90 que eu estava animado para tocar um monte de trombetas”. “A música é sobre estar envolvido em um lugar ruim, mas em vez de aceitar isso como imutável, reconhecendo que é apenas temporário e que tempos melhores estão mais próximos do que (atualmente) parecem.”. Nos sons experimentais, “Wildfire” é uma música mais sensual, com um vocal mais agudo e um refrão dançante, soa como um funk pop. E “Worry”, que se pode destacar com uma das maiores revelações do álbum, pois não foi divulgada como single. Isso só surpreende o ouvinte com o instrumental totalmente eletrizante.
Algumas faixas do álbum como “Everything I Love Is Going To Die”, “Method To The Madness” e “People Don’t Change People, Time Does” são as que possuem suas letras mais profundas, e uma sonoridade mais balada e dançante. São especiais dentro do contexto e conceito do álbum.
O ano de 2022 começou de forma maravilhosa com esse álbum, “Fix Yourself, Not The World” tem conceitos bem estabelecidos e muitas experimentações de sons e gêneros musicais. Uma composição madura e eletrizante do início ao fim. Esse quinto álbum soma-se aos outros como mais uma obra de arte da banda. Vamos nos consertar para melhorar o mundo no qual vivemos?
