Erykah Badu: artista domina palco e público no Rio e lança o soul para o futuro com voz arrebatadora | Moodgate
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Erykah Badu: artista domina palco e público no Rio e lança o soul para o futuro com voz arrebatadora

Na véspera de vir para o Brasil, onde já havia feito um show em São Paulo, Erykah Badu, de 51 anos, disse em entrevista que não se considera uma artista de gravação, “mas de palco”.

Decido como vai ser o show na hora, com minha banda, e observando o calor da plateia. No Brasil, é sempre diferente. É muito alinhado à minha natureza e me sinto livre, em paz — explicou.

No palco do Vivo Rio, na noite desta terça-feira (24), a artista fez valer essa declaração. De fato, a impressão que fica, é que o show está sendo criado ali, na hora. Sinergia total entre ela e banda.

Foto: Mary Ricci/Moodgate

Quando entrou em cena, com um “quimono” todo de palha que ia até o chão, Erykah mais parecia um Orixá. Em um dado momento ela até citou Oxum, enquanto jogava um pouquinho de sua bebida no chão. As batidas da banda, nesse e em muitos outros momentos ao longo da noite, enquanto eram 100% soul, tinham um quê bem ancestral-brasileiro. Com sua espécie de “mesa-bateria eletrônica”, inclusive, Erykah também fazia às vezes de percussionista e lançava o soul para o futuro.

O chapéu gigante que cobria os olhos, realçando a sua boca, era uma espécie de “coroa às avessas”. Considerada a “rainha do neo soul”, Erykah em momento algum fica com “pose” de monarca. Ao contrário. No palco, se jogando, arriscando improvisos e em constante contato com o público, fica bem claro que tudo está a serviço da música.

Com pleno domínio do repertório (só “brinca” e improvisa quem sabe o que está fazendo), Erykah nem precisaria de tanta presença de palco. “Só” (entre muitas aspas) a sua voz já seria o suficiente. E é. Se pudesse descrever a voz da veterana em uma palavra, seria arrebatadora.

Foto: Mary Ricci/Moodgate

Erykah pode cantar o que ela quiser. Jazz, funk, soul e hip hop são misturados por ela com raros momentos de intimismo em uma unidade inigualável. (Deu vontade de vê-la cantando alguma música da MPB). Há um “groove” e uma vontade de dançar que conecta todos os ritmos. E a voz, que já citei, que mesmo quando é intimista é projetada bem para fora.

Um dos muitos pontos altos do show foi quando ela cantou “Green Eyes”. O Vivo Rio ficou parecendo uma jam session dos anos 1960, só que em 2083. A Erykah tem esse poder.

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