Conheça o duo britânico Placebo, destaque do glam rock
Em meio a inúmeros shows de bandas alternativas acontecendo no Brasil, o Placebo retorna ao país, com apresentação única em São Paulo e com abertura da banda Big Special, no Espaço Unimed, no dia 17 de março
Pela produção da Mercury Concerts, a venda de ingressos já está disponível no site da Ticket 360. Formada por Brian Molko (vocal e guitarra) e Stefan Olsdal (baixo e guitarra), essa é a quinta vinda do duo no Brasil.
Antes que eles desembarquem no país para mais um show épico, a Moodgate separou o que você deve saber sobre esse grande nome do rock alternativo britânico. Confira:
De Londres para o mundo
Formada no ano de 1994 pelos dois membros atuais, em Londres, o Placebo, anteriormente, teve o nome de Ashtray Heart até o ano seguinte. Nesse mesmo momento, em 1995, Robert Schultzberg (bateria) se juntou à banda e, em 1996, seguidamente, a deixou, dando espaço para Steve Hewitt, amigo de longa data de Brian. O segundo baterista permaneceu até 2007. Steve Forrest assumiu o posto logo depois, mas, também não continua como membro, visto sua saída em 2015. Desde então, Placebo é um duo, mas conta com músicos de apoio.
Glam rock, melancolia e sonoridade de alto padrão
Seu álbum de debut, de 1996 autointitulado conta com 13 faixas e, com seu lançamento, a banda ficou conhecida pela Europa, abrindo shows para o David Bowie na época.
O disco reivindica cada uma das faixas lançadas no pré-anos 2000, em meio ao cenário do rock alternativo e do glam, daquelas que variam entre uma tonalidade contagiante e outra mais cabisbaixa, mas que não perdem a seriedade. As letras, ao contrário, retratam angústia, melancolia e reflexão. Entre as faixas que podemos perceber isso mais de perto, estão Come Home e Nancy Boy, por exemplo, mas todas têm seu peso.
O álbum Without You I’m Nothing, de 1998, deu sequência ao sucesso imediato de Placebo e, em sua faixa titular, conta com a colaboração de ninguém menos que David Bowie. Neste trabalho, a calmaria domina mais, porém, ainda sim, o duo explora uma variedade de estilos musicais, indo, facilmente, de canções que remetem à baladas emotivas ou fins de festas, até as mais pesadas e ardentes. Without You I’m Nothing e Brick Shithouse, respectivamente, representam essas nuances muito bem.
O terceiro álbum de estúdio, Black Market Music, de 2000, é um pouco diferente das propostas anteriores, caminhando por uma sonoridade mais experimental e eclética. No entanto, sua identidade no glam não se perde, visto que ela já está bem enraizada. O disco aborda temas como a alienação e pautas da sociedade moderna. Em exemplo, as músicas que se destacam em relação ao conceito e narrativa do BMM são Taste in Men e Slave to the Wage.
Posteriormente, Placebo entrega uma bagagem emocional maior com Sleeping With Ghosts, de 2003, e com Meds, de 2006. Os dois abordam sobre melancolia, introspecção e angústia, bem como combinam elementos eletrônicos em meio ao glam e rock alternativo. Em contraposto, Meds se mostra mais imersivo e pesado. O disco conta com participações de Alison Mosshart e Michael Stipe. Destaques no Sleeping With Ghost vão para The Bitter End e Special Needs, canções bastante enérgicas. Já em Meds, a música título carrega o peso que o álbum quer passar junto de Infra-Red.
Em 2009, Battle For The Sun, trouxe algo mais otimista e usado, abordando sobre rebeldia com experimentalismo e rock alternativo em predominância. For What It’s Worth e The Never-Ending Why propagam a pegada dançante que o disco tanto esbanja.
Em 2013, chegamos a Loud Like Love, álbum que consolida a modernidade que já estava ocupando as pontas dos discos anteriores, possuindo uma abordagem mais radiofônica e acessível, em comparação aos seus outros trabalhos. Too Many Friends, Scene of the Crime e a própria faixa titular são bem assíduos nesse quesito. Em 2022, Placebo continua com sua jornada radiofônica e experimental com Never Let Me Go, de 2022. O álbum mostra ainda mais, deixando, até mesmo, explícita sua evolução de sonoridade. O glam-rock junto a elementos modernos e eletrônicos tomaram conta dos trabalhos do duo, o que também gerou identidade para eles. Faixas como Forever Chemicals e Beautiful James dão o nome nisso.
Placebo é um grande nome do glam-rock, mas não se prende apenas ao seu gênero materno. O duo explora o moderno, sai da zona de conforto, misturando seu gênero e subgênero dominantes às tendências do cenário musical. Eles inovam, mas não perdem o nome que passaram entre os anos 90 e o início dos anos 2000. A originalidade é, notoriamente, um pilar para eles e, em contrapartida, em cada novo trabalho, Placebo surpreende com novos ritmos e tonalidades experimentadas. Ou seja, o glam-rock está vivo neles, mas, em futuros trabalhos, nunca saberemos o que será explorado junto a ele, considerando a surpresa que eles provocam em cada trabalho.