ARCHITECTS - the classic symptoms of a broken spirit | Moodgate
Um novo sentimento para a música
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ARCHITECTS – the classic symptoms of a broken spirit

Há muito a dizer da trajetória da banda Architects, que demonstra total adaptação e a busca de novos sentidos em suas músicas, porém mantendo suas raízes e sua essência. O lançamento do seu décimo álbum “the classic symptoms of a broken spirit” é a síntese da maturidade de anos mergulhados no metal, e do estudo para o alcance de novas sonoridades.

O álbum “For Those That Wish To Exist” dividiu os fãs, mesmo com a entrega de um som encorpado e pesado, mas com características distintas do seu antecessor “Holy Hell”.

Um fato que não deve ser deixado de lado é a história das bandas de metalcore e seus caminhos desde 2013, em que bandas de expressão como Bring Me The Horizon, que é referência em mudança sonora e suas inserções eletrônicas, e outras como A Day To Remember, que em seus últimos álbuns tem abusado de sintetizadores e ambiências trazendo também guitarras mais pesadas como na música “Resentment”.

Inserido na mesma bolha, Architects se entregou de corpo e alma para a eletrônica remetendo ao gênero metal alternativo com timbres de guitarra que soam como sintetizadores; refrões para serem cantados em estádios e não saírem da sua consciência; breakdowns encorpados e com elementos eletrônicos bem presentes, e o baixo e a bateria em perfeita harmonia, dando sensações únicas e preenchimento.

Em “deep fake”, a composição que exemplifica o que veremos ao decorrer do álbum, uma música de tirar o fôlego com suas guitarras expressivas somadas a ambiência, um pré-refrão com assinatura registrada do Architects, Sam Carter exteriorizando a sua alma traduzida em um vocal melódico e uma agressividade vocal em momentos oportunos e um refrão genérico que nos lembra “For Those That Wish To Exist”. Mas claro, um breakdown que exatamente ao tocar a primeira nota de guitarra há a sensação de um frio na barriga ao cair de uma montanha russa e, logo após, uma possível compreensão do que está acontecendo.

Ao seguir o álbum, a música “tear gas” te lembra algo? É tão óbvia a semelhança com a sonoridade da banda Rammstein. Esse pequeno fato diz muito sobre o álbum que procura em suas particularidades a inserção de elementos do metal industrial.

Chega a ser engraçado que com as mudanças, a essência da banda ainda é permanente nas composições e ainda nos faz sentir em casa. Em tom de flangers em sintetizadores, refrões que remete uma sensação oitavada e um breakdown um pouco pop com o eterno e histórico “BLEEERGH!” do Sam Carter, a “spit the bone” nos traz um sentimento de nostalgia pela forma que foi construída. Um início explosivo do álbum nos leva a um melodrama na música “burn down my house” com detalhes mais sujos em sua composição e um tom mais dramático nas vozes.

Agora é um mergulho na “living is killing us” que demonstra a mistura da energia jovial e um pequeno sentimento do álbum “Holy Hell” com o peso de “For Those That Wish To Exist”. De maneira singular, a primeira single do álbum “when we were young” provocou uma incógnita positiva em seus primeiros plays pela sonoridade diferente dos antigos álbuns, que veio para ficar com o seu refrão cantado em forma de hino em estádios, suas guitarras oitavadas, um baixo que carrega o grave igual ondas do mar e sua bateria que se pode dizer dançante.

A ambiência de “born again pessimist” nos faz ter o sentimento de que já ouvimos em algum lugar, porém é apenas um sentimento de nostalgia a bandas de metal nos anos 2000 e parece nos levar a um universo de filme de ação. É uma emoção ver Sam Carter berrando a moda antiga. Um pouco de surpresa em “a new moral low ground” que entrega um peso desde o seu início e uma calmaria que se assemelha a músicas dos anos 90’ com uma guitarra clean e elementos de synthwave . E logo depois, a composição surpreende com um solo de guitarra futurístico dado pela característica do efeito chorus. Na finalização do álbum há duas ideias distintas, em um lado vemos “all the love in the world” com um som totalmente genérico em sua composição sonora e “be very afraid” surpreendendo e dando uma palhinha metal e metalcore que os antigos fãs tanto gostam.

Uma banda como Architects sempre busca se reinventar de forma gradual para manter a sua essência nos detalhes e projetar algo ao mundo através da maturidade. Nesse álbum, é a mudança que precisavam para não caírem no limbo e, mesmo assim, conseguirem impactar seus fãs. A sonoridade inovadora, mas com elementos sutis de suas outras obras faz com que a mudança seja positiva para quem os acompanha.

Para quem não conhece, pode ser a porta de entrada para surfar o hype dessa geração do metal alternativo que abusa da eletrônica e da sonoridade um pouco futurista. É requisito básico a audição de “the classic symptoms of a broken spirit” em 2022. E o mais importante, o que você sentiu e achou deste trabalho?

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