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Abram alas pro rei: o caminho do reinado de Djonga

Por Lenon Serieiro

Quando pensamos nos melhores rappers nacionais, é impossível não pensarmos em Djonga. Além das qualidades musicais, a credibilidade que o artista passa em cada faixa vicia a audiência em querer saber mais sobre aquele mundo retratado por ele.

Mas qual é a fórmula que Djonga utilizou para conseguir se tornar um dos principais nomes da música brasileira e garantir passe em quase todos os grandes festivais pelo país, além de até mesmo alguns eventos internacionais? Sem dúvidas, destacam-se sua personalidade forte, e também sua preocupação em sempre cantar histórias autorais, que já foram vivenciadas por ele, abre uma porta na cabeça de quem o escuta. Quando o rapper entendeu seu tamanho após seu primeiro disco e conseguiu abrir um leque de possibilidades para alcançar outros nichos e furar a bolha do rap underground, seu nome disparou em direção a liderança como o principal do gênero na atualidade. Uma ressalva é a importância que Djonga sempre deu aos artistas que iniciaram suas trajetórias em conjunto a ele.

Era junho de 1994 quando nasceu um dos nomes mais influentes do rap atual. Gustavo Pereira Marques, conhecido pela grande maioria pelo seu nome artístico Djonga. Chamando atenção desde o início da sua carreira no Sarau Vira-Lata, por volta de 2012, Gustavo chamou a atenção do rapper Hot Apocalypse enquanto ainda dava seus primeiros passos, sendo convidado para formar seu primeiro grupo. Foi quando Djonga começou a frequentar o estúdio Oculto Beats, responsável pela produção do seu primeiro single Corpo Fechado.

Com seu primeiro som tendo boa repercussão devido a lírica suja e afiada, o rapper sempre fez questão de carregar com ele suas críticas sociais. Também visando o crescimento dos seus amigos e artistas regionais, Djonga e Hot deram início ao grupo DV Tribo, que contava com os mineiros FBCClara LimaOreia e Coyote Beats. Após o lançamento da cypher Diversos – DV Tribo x Pirâmede Perdida, os artistas começaram a ganhar mais notoriedade na cena do rap. Vale ressaltar que neste mesmo ano o artista fez participação na cypher Poetas no Topo 1, mostrando que não estava para brincadeira quando disse que de tanto usar referência, se tornou referência.

Já em 13 março de 2017, Djonga cravava seu nome na história do rap nacional com seu primeiro álbum chamado Heresia, com a produção de Coyote Beatz. No álbum, o artista traz fortes críticas sociais, enfatizando o quanto sua jornada foi difícil e demonstrando todo seu apoio ao empoderamento negro. O disco ajudou Donga a ser indicado para o prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos e Arte), além de ter sido considerado o melhor daquele ano segundo a revista Rolling Stone brasileira. Outra conquista foi a faixa O Mundo é Nosso, que contou com a participação do rapper BK, e foi eleita como a sétima melhor faixa de 2017 pelo prêmio RedBull. Nesse mesmo ano, Djonga fez sua participação no projeto Perfil#22 da selo PineappleStorm com a tão emblemática frase “fogo nos racistas”, na faixa Olho de Tigre.

Após exatamente um ano, em 13 março de 2018, o rapper disponibilizou seu segundo álbum, O Menino que queria ser Deus. Dessa vez, o MC traz questões de sua vida pessoal, carreira profissional e mantém seu posicionamento acerca de questões sociais e raciais, preservando também sua lírica afiada e agressiva como esperado. O LP foi, ainda, eleito o sexto melhor disco brasileiro de 2018 pela revista Rolling Stone Brasil. Faixas como Junho de 94 e Ufa, com participação de Sidoka e Sant, ainda são hits mesmo após tantos lançamentos do artista.

Mantendo a tradição de lançamento no dia 13 de março, em 2019, Djonga solta o álbum Ladrão para seu público. O disco, inspirado na história de Robin Hood, traz o conceito da importância das suas raízes e não se esquecer de onde se veio. O artista reafirma o compromisso com a música e a importância de ser uma referência. Ladrão conta com backing vocals da cantora e compositora brasileira Marina Sena. Precisamente um ano depois, em 13 de março de 2020, Histórias da Minha Área foi lançado com o intuito de contar algumas narrativas pessoais de Djonga, e também de seus amigos. Naquele mesmo ano, o artista fez história e foi o primeiro brasileiro a ser indicado ao BET Hip Hop Awards, premiação musical focada na cultura negra. A faixa Eu entrou no repeat dos ouvintes e, com um verso sobre tirar o pé do acelerador para ver se seria alcaçando por seus concorrentes, Djonga mostrou que entende sua própria grandiosidade e o lugar alcançado no rap nacional. Essa mesma canção ganhou um videoclipe que hoje acumula mais de 35 milhões de visualizações no Youtube.

Após se envolver em situações controversas no final de 2020, durante a pandemia do COVID-19, o MC se afastou das redes sociais e dos palcos até o dia 10 de março de 2021, quando anunciou seu quinto projeto de estúdio, NU, causando imensa repercussão por ter deixado em aberto a possibilidade daquele ser seu último trabalho.

Mesmo assim, em outubro de 2022, Djonga lançou o projeto O Dono do Lugar, que, com suas 12 faixas, mostra o rapper voltando à sua característica lírica agressiva, mas de maneira mais convencional para o mainstream. Faixas como tôbem e penumbra conseguiram se infiltrar nas playlists do público mais distante do rap afiado comumente trazido por ele no passado.

Seu trabalho mais recente, Inocente, mostra Djonga trazendo novas batidas, vocais mais melódicos e canções que seriam diluídas pelo público com maior facilidade. Com a participação de artistas populares na cena, como VEIGH e Tz da Coronel, a faixa de abertura, 5 da manhã, traz um estilo nunca antes experimentado pelo rapper, que também exibe uma faceta mais romântica na música Coração Gelado, na qual, aliado a TZ da Coronel, entrega toda a qualidade esperada por seus admiradores.

Além de todos os álbuns, Djonga entregou seu nome em faixas como Olho de Tigre, Favela Vive 3 e Poesia Acústica, e vale conferir a playlist de indicação que a Moodgate preparou pra você desse rapper incrível:

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lenonserieiro@gmail.com

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