Conheça Royal Blood, o duo que ajudou a trazer o rock britânico de volta ao mainstream
Composto pelo vocalista e baixista Mike Kerr e pelo baterista Ben Thatcher, o duo de rock britânico Royal Blood iniciou sua trajetória em 2013 e, naquele mesmo ano, já obteve significativas conquistas, como quando Matt Helders, baterista do Arctic Monkeys, vestiu a camisa da banda durante uma apresentação no Glastonbury, um dos maiores e mais renomados festivais de música do mundo. Além disso, os Monkeys convidaram o duo para abrir seus shows no Finsbury Park. Vale lembrar que 2013 foi o ano da turnê de lançamento do AM, o disco mais famoso do Arctic Monkeys e também o vinil mais vendido da década no Reino Unido.
Com isso, a banda recebeu uma enorme projeção no cenário nacional e internacional, mas não parou por aí. Ainda em 2013, no final do ano, a dupla foi indicada para o prêmio BBC Sounds of 2014, gerando uma expectativa no público acerca do que seria produzido no ano seguinte. Expectativas estas que foram correspondidas. Em 2014, Royal Blood lança seu primeiro álbum homônimo contendo faixas como Figure Out, que até então é o maior sucesso da banda, a potente Out of the Black e a queridinha dos fãs Little Monster.
Já em 2014, a banda realizou uma super turnê pela Europa, contando com a participação de Iggy Pop e Foo Fighters em alguns de seus shows. Em 2015, eles chegam ao Brasil pela primeira vez para se apresentar na edição de 30 anos do Rock in Rio no mesmo dia do Metallica. Coincidência ou não, semanas antes, durante um show do Royal Blood nos Estados Unidos, o baterista do Lars Ulrich (Metallica) subiu no palco para tocar uma jam junto à dupla. Infelizmente, o mesmo não aconteceu no Brasil, mas, apesar de ainda não tão conhecidos no país, sua apresentação foi bastante elogiada pelo público e pela crítica, atraindo novos fãs e carimbando um passaporte de volta às terras brasileiras, que viria a acontecer no Lollapalooza de 2018, um ano após o lançamento do segundo álbum How Did We Get So Dark? que apesar de não ter tido grande apelo, trouxe uma importante incrementada no repertório e a comprovação de que ainda se poderia ser inventivo com apenas uma bateria, um baixo e alguns pedais. Destaque para a faixa I Only Lie When I Love You.
Em março de 2020, o duo anunciou que estava começando a gravar seu terceiro disco de estúdio, que acabou precisando ser adiado por conta da pandemia de Covid-19, mas ainda assim, em setembro daquele ano, foi lançado Trouble’s Coming, primeiro single do álbum Typhoons e que no mês seguinte foi apresentado como uma das faixas da trilha sonora do jogo Fifa 21. Typhoons, que trouxe um rock mais dançante, teve seu lançamento oficial em janeiro do ano seguinte.
Mais uma vez sendo bem recebido pela crítica, o Royal Blood lançou Back To The Water Below, um álbum que foi totalmente produzido pela própria banda. Desacelerando consideravelmente em comparação aos trabalhos anteriores, com músicas mais enigmáticas e sofisticadas, o impressionante não esgotamento de criatividade na hora de compor, especialmente os riffs, impressiona. É o projeto mais refinado e introspectivo de toda a discografia, bem produzido, com mixagens impecáveis e tendo o uso do piano como principal destaque.
Sem cair no clichê de dizer que a banda mostrou um amadurecimento, o Royal Blood fez mais do que isso, eles souberam caminhar com o som mais cru e o mais elaborado juntos. São privilegiados, é fato, nem todo mundo surge na música já tendo o Arctic Monkeys como padrinho, mas os quase que nepo-babys britânicos souberam fazer o uso dessa visibilidade, construíram uma carreira sólida e agregaram muito para o mundo da música.
O Royal Blood volta ao Brasil fazendo pela primeira vez shows fora de grandes festivais. As apresentações serão em São Paulo no dia 13 de abril, na Audio, e no Rio de Janeiro, no dia 16 de abril, no Circo Voador.