Após quatro anos, O Terno volta aos palcos e emociona em noite inesquecível no Circo Voador | Moodgate
Um novo sentimento para a música
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Após quatro anos, O Terno volta aos palcos e emociona em noite inesquecível no Circo Voador

Apesar das origens paulistas, O Terno fez o Circo Voador, no Rio de Janeiro, o seu lar. Formada por Guilherme D’Almeida, Gabriel Basile e Tim Bernardes, a banda voltou aos palcos após 4 anos para a turnê de encerramento do disco <atrás/além> na famosa lona carioca onde o trio já tocou com Letrux, Ana Frango Elétrico e Lulu Santos, lugar também que ajudou a abrir portas e horizontes no início da trajetória do grupo lá em 2012 quando tocaram pela primeira vez como uma das bandas inscritas no festival MoLA. Por essas e outras, segundo os próprios integrantes, é o melhor lugar para se tocar no Brasil.

Apesar do clima estar um pouco chuvoso, fazia calor. A Lapa estava mais vazia que o de costume, talvez por ser um feriado de sexta-feira santa (29 de março), mas contrastando com os espaços vazios nos arredores dos arcos, o Circo Voador se preparava para mais uma noite de casa cheia. Com ingressos totalmente esgotados, o público já entrou logo cedo para curtir o set do DJ Lencinho, que como bom mestre de cerimônias deu as boas-vindas e apresentou o grande show da noite.

O Terno subiu ao palco com a faixa que leva o nome do álbum da turnê Atrás /  Além e sob grande euforia, todos cantaram junto — afinal, eles não tocavam no Rio desde 2019 e esse primeiro momento fez parecer que os fãs se libertaram, que aquela música estava gravada e entalada na garganta todo esse tempo pronta para ser entoada. Na sequência, em meio a gritos e aplausos, mais duas faixas do disco que intitula a turnê, a profunda e introspectiva Tudo Que Eu Não Fiz e a mais extrovertida e dançante como o próprio nome sugere, Pegando Leve. “Está fazendo muito mais sentido tocar essas músicas agora que estamos no além do que quando estávamos no atrás” disse Tim Bernardes.

Voltando agora para 2016 com o questionador, provocativo, liricamente angustiado falando sobre desilusões amorosas e muita das vezes cômico e descontraído Melhor do Que Parece, considerado um dos melhores discos brasileiros dos anos 2010. Foram logo três músicas dele, uma atrás da outra, tocadas de maneira refinada e em meio à um excelente trabalho de direção e iluminação de palco. A História Mais Velha do Mundo, Não Espero Mais e .

Foto: Lucas Pires (Moodgate)

Entregando um setlist longo, com 27 músicas, O Terno pode caminhar e viajar por todas as suas obras. A emotiva e reativa Bote Ao Contrário, a melódica e um pouco mais agressiva Morto, música lançada no disco de estreia, as divertidas Culpa e Bielzinho/Bielzinho e claro, não poderia faltar a mais ouvida e que mais faz sofrer Volta.

Volta é uma canção que toca de muitas maneiras, é algo particular. Nessa hora dá para perceber que é quando o pensamento de cada pessoa está em alguém específico, em algum lugar. Casais se abraçando, gente chorando, a plateia inteira cantando e Tim Bernardes entregando o seu melhor, com uma voz aveludada e sua linda guitarra Hofner, a qual ele tira cada acorde com extrema elegância.

Chegando no desenlace, um lindo coro ao som de Melhor do que parece dava a entender que o show estava para acabar e preparava aquele suspense antes do bis final. Mas a banda volta com Um Sonhador, cover da dupla sertaneja Leandro e Leonardo, e já emenda na clássica 66, primeira faixa do primeiro álbum d’O Terno, que também leva esse nome. E assim, encerraram uma apresentação memorável.

Fato é que o Circo Voador tem o poder de transformar qualquer apresentação em algo grandioso, mas quando tudo já está propício para isso, quando o artista ou a banda já entregam algo de alto nível, o resultado desse efeito é avassalador. É como se a sintonia entre os músicos e a plateia virasse uma coisa só, um objeto vivo, regendo por si próprio sentimentos e sensações que, ao final, fazem qualquer indivíduo chegar em casa com a mente leve e o coração cheio.

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