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Agora confirmada, vinda de Madonna empolga o Brasil, mas preocupa os fãs

Agora é oficial: Madonna virá ao Brasil em maio, para apresentação única na América do Sul, em um show que promete ser não só o maior de sua carreira, mas também um dos maiores eventos da história do país.

Inicialmente reportada pelo fã clube Madonna Online, a notícia foi recebida com desconfiança pelo público geral e entusiastas mais dedicados da cantora. A informação, afinal, beirava o absurdo: como força incontestável e imortal da cultura pop, Madonna poderia lotar qualquer estádio no Brasil com imensa facilidade. Mais do que isso, o formato intimista e retrospectivo da turnê Celebration oferece as condições ideais para, ao mesmo tempo em que embala o grande público com os hits conhecidos, agradar sua leal base de fãs no país. Ainda além, a democratização do acesso ao show, a ser realizado também em um espaço com descomunal capacidade máxima, tornou-se uma preocupação imediata aos admiradores da artista, que aguardavam há mais de dez anos por uma nova oportunidade de vê-la de perto.

Antes mesmo do evento ser oficializado, o Rio de Janeiro já se mobilizava em direção à euforia. Ao passo em que diversos hotéis da zona sul da capital carioca tinham suas vagas esgotadas, lojas e camelôs já colocavam camisas, broches e outros itens que faziam referência à artista em suas prateleiras. Toda a movimentação é digna de um evento que deve marcar a história do Rio, reprisando um fenômeno que se repete desde a primeira vinda de Madonna ao Brasil, em 1993. 

Na coletiva de imprensa realizada na última segunda-feira (25), quando questionado sobre a possibilidade de levar o espetáculo para outras cidades do país, o representante do Itaú foi categórico ao afirmar que esta será a única apresentação de Madonna em toda a América do Sul, e que a escolha do Rio é assertiva: como o principal cartão postal da nação, a cidade é, na percepção dos organizadores, ideal para sediar eventos desta magnitude, por juntar atrações de turismo internacionalmente reconhecidas com boa infraestrutura. “Os fãs de outros lugares são muito bem vindos aqui”, brincou. 

Dentre perguntas sobre a estrutura do show e a quantia de cifras no contrato entre o Itaú e Madonna, a frase “estamos preparados” foi frequentemente verbalizada pelos patrocinadores, pela Bonus Track e por representantes da prefeitura e do governo do estado. Ao longo da coletiva, informações inéditas surgiram paulatinamente: além da área destinada ao público geral, o evento contará com seções reservadas à imprensa, aos patrocinadores e aos chamados “super-fãs”. O critério de elegibilidade para o último espaço ainda é nebuloso, mas, no dia seguinte, a empresa anunciou algumas ações que reforçam a parceria entre o banco e o espetáculo ao iniciar uma campanha que converte dinheiro gasto nos cartões de crédito ou débito do banco em chances de ganhar um passe VIP para uma das áreas exclusivas.

“Nos nossos cem anos, viemos falando muito sobre longevidade; sobre ser uma empresa que se reinventa ao longo do tempo e vai continuar se reinventando ao longo do tempo”, explicou o representante do Itaú presente na coletiva. “A Madonna foi a headliner dessa campanha, já que a história que ela conta tem muito a ver com a verdade do Itaú Unibanco (…) Ela não fazia propaganda há trinta anos, e o que ela disse é que, na verdade, a história que a gente queria contar, era a história que ela estava contando”. Secundariamente, quando questionados acerca dos valores envolvidos na vinda da estrela ao país, pontuou-se apenas que o Itaú é o patrocinador primário do evento, que promete movimentar milhões de reais para a economia e o turismo do Rio de Janeiro.

Enquanto uma nova reunião é marcada para discutir pormenores nem tão menores assim, como as questões de transporte público e mobilidade urbana no fim de semana do evento, algumas incertezas voltam a assolar os admiradores da artista. Em novembro do ano passado, o fim de semana dos três shows da estadunidense Taylor Swift na capital carioca promoveram um dos períodos mais caóticos dos tempos recentes para a cidade. Embora seja difícil não atribuir parte da desordem à intensa onda de calor que castigava o Rio de Janeiro, todos os shoppings, aeroportos e hotéis, além da rodoviária municipal, experimentaram superlotação em virtude das apresentações, que permanecem na memória do público como sinônimo de tragédia. Além da exaustão térmica que culminou no falecimento de uma fã, as imediações do estádio Nilton Santos foram, nos dois primeiros dias da turnê de Swift, marcadas por confrontos armados, furtos e decepção

No fim de semana do evento, Eduardo Paes, prefeito do Rio, veio às redes com frequência para reportar algumas iniciativas que foram e ainda seriam tomadas para garantir a segurança do público. Ainda que algumas dessas ações tenham sido tardias — como o reforço do policiamento no Nilton Santos e a distribuição gratuita de água no estádio, antes cruelmente negada pela Tickets For Fun —, é seguro afirmar que, na última noite de apresentações, a prefeitura havia entendido a magnitude do evento e parecia, legitimamente, mais preparada para lidar com a desordem.

Felizmente, na coletiva da última segunda-feira, a impressão era a de que tanto a Bonus Track, quanto os patrocinadores, a prefeitura e o governo do estado não estavam dispostos a subestimar a grandiosidade do acontecimento. Além da preocupação em distribuir dezesseis telões e caixas de som ao longo da praia de Copacabana, revistas de segurança serão complementadas pelo policiamento reforçado e o monitoramento de drones que, de cima, devem ajudar a identificar infrações e demais necessidades do público. A experiência da Bonus Track com eventos de proporções similares é, também, um indicativo de que não há espaço para desdenhar do potencial de Madonna em atrair multidões, já que, mesmo fora do Brasil, caravanas já estão sendo organizadas para trazer fãs da artista ao Rio de Janeiro.

Sabendo que, por ora, só há a gratuidade para assistir à The Celebration Tour, resta, aos contrariados, a confiança nas movimentações estabelecidas na parceria público-privada entre os governantes do Rio de Janeiro e organizadores do Itaú e Heineken; aos deleitados, a caça incessante por passagens, hospedagem e a fé inabalável em um dos, possivelmente, maiores eventos de toda a música.

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joaomothe@moodgate.com.br

1 Comment

  • Hudson
    Abril 3, 2024

    Eu não concordo com a Madonna fazer whow só no Rio de Janeiro, como fica os fans? O Kiss única banda que não abandonou seus fans.

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