Arcade Fire - WE (2022) | Moodgate
Um novo sentimento para a música
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Arcade Fire – WE (2022)

Mas em WE, o Arcade Fire parece ter aprendido uma ou duas lições importantes e retomado a essência da música que fez sucesso. A abertura “The Mines” apresenta letras evocativas e instrumentos poderosos, incluindo uma orquestração de metais e sintetizadores. Em “Chemistry”, a banda explora a química dos relacionamentos, seguindo com “Good God Damn”, que é uma balada rock distorcida. Em “Final Piece”, Win Butler canta sobre a morte e a eternidade, enquanto “We Take Care of Our Own” apresenta uma mensagem política importante.

Apesar dos receios iniciais, o Arcade Fire parece estar tentando retornar à sua essência musical e artística com o novo álbum WE. O evento de NFT em Las Vegas pode ter sido interpretado como um sinal de corporativismo, mas a banda ainda tem um lado rebelde que foi evidenciado nos shows surpresa no Bowery Ballroom. É uma mistura de tradição e inovação, mas só o tempo dirá se a banda será bem sucedida em reconectar-se com seus raízes e sua base de fãs.

O Arcade Fire tentou lidar com esse dilema de diversas maneiras, e WE é apenas mais um capítulo nessa jornada. Em alguns momentos, eles parecem buscar retornar às raízes, como no show no Bowery Ballroom. Em outros momentos, eles parecem mergulhar de cabeça no mundo corporativo, como no festival NFT.

No entanto, é importante lembrar que a música é uma forma de arte, e o sucesso comercial não deve ser o único indicador de sua validade. O Arcade Fire pode ter enfrentado críticas por suas escolhas, mas isso não significa que sua música tenha perdido seu valor. Ao ouvir WE, é importante avaliar o álbum por sua própria mérito, e não pela trajetória da banda. É preciso separar a arte da narrativa que envolve a banda.

Com WE, o Arcade Fire parece ter encontrado um equilíbrio entre suas novas experimentações e suas raízes indie. A música é divertida e dançante, mas ao mesmo tempo muito profunda e reflexiva. As letras exploram temas como a passagem do tempo, o amor e a perda, e a busca por significado e propósito. Algumas músicas apresentam arranjos de sintetizadores grandiosos e melodias pegajosas, enquanto outras são mais introspectivas e com base em cordas e teclados.

Enfim, WE é um álbum que tem momentos de brilhantismo, mas também apresenta algumas falhas. A música é influenciada pelo pop dos anos 80 e pela percussão, mas também sofre com a falta de entusiasmo em algumas faixas. Em comparação com Everything Now, é certamente um passo à frente, mas ainda não é o grande retorno que muitos fãs estavam esperando. Ainda assim, há músicas que valem a pena serem ouvidas, como Lightning I, II e a faixa-título.

A estrutura conceitual do álbum é interessante, mas às vezes parece ser apenas uma desculpa para justificar algumas músicas menos inspiradas. No geral, há momentos de brilhantismo, mas também há músicas que parecem faltar de dinamismo e originalidade. A participação de Peter Gabriel e a bela voz de Régine Chassagne são destaques positivos do álbum.

Lightning I, II é uma das faixas mais aclamadas de WE e é uma escolha inteligente como single. É um retorno à forma clássica da banda, com elementos enérgicos e emotivos, que atraem fãs antigos e novos. Além disso, a música é realmente eficaz ao transportar o ouvinte para outro lugar, tornando-se uma adição valiosa ao repertório do Arcade Fire.

Se os textos foram uma das falhas de Everything Now, eles fazem mais sucesso aqui com um melhor equilíbrio entre temas pessoais e universais, abordando os tormentos do nosso tempo sem soar muito moralizante. Dito isso, Arcade Fire ainda se baseia em fórmulas um tanto simplistas como “Love is hard, sex is easy” do álbum anterior, como em End of the Empire IV:

“Eu cancelo a inscrição

eu cancelo a inscrição

Este não é nenhum modo de vida

Não acredito no hype”.

Arcade Fire conseguiu superar as expectativas e renovar sua estética com o álbum WE. A colaboração com Nigel Godrich permitiu que a banda criasse algo mais texturizado e menos chamativo, com um esforço real de voltar a uma expressão mais sincera e menos negativa. Apesar de ser uma missão perigosa, Arcade Fire continua sendo uma banda consolidada e respeitada na cena musical.

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