Unlimited Love: o pé na porta para o futuro de Red Hot Chili Peppers | Moodgate
Avançando para 2022, quase 40 anos depois da sua formação, em 1983, os aristocratas do rock de Los Angeles estão de volta novamente. Desde os primeiros trabalhos, até mesmo a pilha de músicas dos álbuns mais recentes, separar o bom do ruim tem sido parte de um desafio pessoal para Red Hot Chili Peppers.
Avançando para 2022, quase 40 anos depois da sua formação, em 1983, os aristocratas do rock de Los Angeles estão de volta novamente. Desde os primeiros trabalhos, até mesmo a pilha de músicas dos álbuns mais recentes, separar o bom do ruim tem sido parte de um desafio pessoal para Red Hot Chili Peppers.
Em “Unlimited Love”, seu 12º álbum de estúdio, nos reencontramos com John Frusciante, que entrou e saiu da banda desde o final dos anos 80, e havia aparecido pela última vez na odisseia espacial de 2006: “Stadium Arcadium”. Lotado de riffs melancólicos e refrões de hinos, o novo álbum traz tesouros semelhantes a outros clássicos da era do guitarrista, como “Californication” (1999) e “By The Way” (2002). No entanto, algumas de suas faixas – a batida suja “These Are The Ways” e o acústico poético “Tangelo” – são como nada que ouvimos dos Chillis. Este é o som do recomeço de uma família agarrada em sua história, mas desinteressada em repeti-la.
O grande produtor Rick Rubin, que foi essencial para o sucesso anterior, trouxe o grupo de volta aos eixos originais. Apesar de simples, a produção manteve características marcantes, como a bateria sólida de Smith, o baixo percussivo de Flea e os solos ilustres de Frusciante. Carregado com 17 singles, o Red Hot Chili Peppers ainda existe em uma linha do tempo dos anos 90, onde os limites do CD são ultrapassados, e a banda marca novamente seu lugar na música.
Por aqui, o ambiente soa familiar: a faixa de abertura “Black Summer”, primeira divulgada antes do lançamento oficial, retoma o modelo comercial do grupo. Após o refrão, eles não reinventam a roda seguindo um caminho que já percorreram muitas vezes, mas quando essa ponte de guitarra chega, tudo se transforma. É esta seção que nos mantém absortos na peça, e a proeza instrumental é difícil de criticar. Canções em um molde semelhante incluem “Here Ever After”, “She’s a Lover” e “Whatchu Thinkin’”, onde o solo encapsulado de John introduz a sensação nostálgica, marcante e melódica de cenários mais antigos.
Alguns singles pesam em baladas e afundam em buracos, como é o caso de “Not the One” e “White braids & pillow chair?”, que apesar do nome criativo, acaba sendo habitual, mediana e cansativa. Resgatado pelo vocal de Anthony e o brilho do seu colega de banda, o rock de ritmo médio das canções “The Great Apes” (prepare-se para o desfecho desta) e “Let ‘em Cry” é elevado a alturas maiores quando se agarram na combinação da dupla.
O disco carrega equilíbrio entre um som já antes estabelecido e a experimentação musical. Enquanto seu histórico está enraizado no funk, groove e na cadência do rap de Kieds, em “One Way Traffic” e “Poster Child”, há alguns breves desvios de influências do jazz ao toque country em “It’s Only Natural” e “Veronica”. É tanto sobre a bateria de Chad Smith quanto a entrega de Flea, onde ambos estão no mesmo volume e criam um contraste sonoro único. Na vanguarda de “Aquatic Mouth Dance”, o solo de trompete oferece um dos melhores trabalhos do grupo, mesmo que a utilização de instrumentos diferentes não seja novidade para eles. Por outro lado, “Bastards of Light” cresce com a surpresa de um coro de sintetizadores analógicos, e à medida que a música toma sua forma, eu me pergunto: “isso é realmente Red Hot Chili Peppers?”.
É quando a banda dá as rédeas a Frusciante que o cenário muda de cor. Em “The Heavy Wing”, a melhor do álbum, o som remete um de seus projetos, “The Empyrean” (2009), e decola em uma explosão climática de distorção. Os licks irreais do guitarrista e o controle de feedback só são superados por seus vocais explosivos. Ouvir um refrão clássico do músico novamente culmina em uma sensação quase indescritível.
“Unlimited Love” é testado por pressões e tenta se equilibrar entre a dura necessidade de viver de acordo com a nostalgia dos fãs e representar a mente unida de quatro cabeças individuais que ainda exploram sem medo o futuro de uma duradoura amizade.
João Scalércio
Simplesmente perfeita em suas palavras!!!
Alexandre Leitão
Os Chillis estão de volta!!! Parabéns pelo review!!!
Carlos Augusto Lasneaux de Novaes
Me deu vontade de ouvir agora.