Tame Impala - Currents | Moodgate
Um novo sentimento para a música
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Tame Impala – Currents

“Let It Happen”, a primeira faixa do álbum Currents, é uma obra-prima da música indie. Com seu ritmo psicótico, frágil linha de sintetizador, baixo saltitante e voz alienante, ela prende o ouvinte desde o início e não o larga, mesmo com mais de sete minutos de duração. Esta faixa é uma prova do talento monstruoso de Kevin Parker, o mestre por trás do projeto Tame Impala. Ele é responsável por compor, tocar, cantar, produzir e mixar todas as músicas deste projeto, reafirmando ainda mais seu lugar como um dos maiores psicodelistas da música atual.

Foto Tame Impala’s Kevin Parker (Foto: Getty)

“Currents” mostra uma nova direção para Tame Impala, com Parker explorando diferentes gêneros musicais e elementos eletrônicos em sua música. A influência da música funk e R&B é notável, dando às músicas uma sensação dançante e animada. Além disso, a produção sofisticada e as habilidades vocais de Parker tornam este álbum uma obra impactante na carreira do artista.

É um álbum surpreendente e marcante na carreira de Tame Impala, representando uma mudança significativa na abordagem musical de Kevin Parker, que abandonou as guitarras em favor de teclados e baixo robusto, e incorporou influências do pop e do ritmo dos anos 70. A escrita refinada e o som alegre e refrescante deste álbum provam o talento incontestável de Tame Impala e o colocam como uma força a ser reconhecida no mundo da música.

Podemos notar que “Currents” um álbum notável que marca uma mudança na obra de Tame Impala, movendo-se do rock para o pop. Aqui, a guitarra (quase) desapareceu e deu lugar a teclados chamativos e um baixo sólido. A influência dos anos 70 é evidente, mas a música parece fresca e refinada. Embora haja algumas brincadeiras repetitivas e experimentos irritantes, a música de Tame Impala é robusta e oferece uma escuta rica e ativa. A estrutura do disco é intrigante, com uma mistura de músicas comerciais e interlúdios instrumentais. Além disso, o baixo é destacável, com linhas de quatro cordas fluidas e sensuais. É uma excelente obra de arte.

“Currents” é um álbum impressionante que brilha desde o início. A arte musical apoia os sintetizadores na música “The Moment”, uma ode sonhadora ao ritmo e aos vocais. A música apresenta uma dicotomia entre letras e melodias, com uma sobreposição de partes vocais incríveis que elevam a música a uma outra dimensão pop. O pop é onipresente, tendo momentos fuzzy como em “Eventually”, mas também apresenta um lado dançante, provocante e discoteca em músicas como “The Less I Know The Better”, que apresenta uma mistura de elementos antigos com modernidade e bom gosto.

Mas o que faz toda a diferença com a concorrência é a qualidade da composição. Kevin Parker pode ser um maníaco de estúdio, um afinador de pedais, um explorador de som, um pesquisador de coração, mas continua sendo um compositor particularmente habitado. Podemos evocar hits que ficarão na nossa cabeça o resto do dia, “Reality In Motion” e suas digressões vocais sobre um fundo de grandes acordes babados, “Love / Paranoia” e suas subidas e descidas de alcance, medido e triste. Mas vamos pensar sobretudo em “Yes I’m Changing”, o outro golpe de mestre do Currents, uma melodia nostálgica tão grávida que te persegue para nunca mais largar, sempre com uma sensibilidade, uma inteligência, uma modéstia em arranjos que impõem respeito.

A nostalgia e revival que Currents traz resiste com o tempo. A modernidade com arranjos dos anos 1970 está cada vez mais presente nos dias atuais, e o álbum ganha mais forças com o caminho que o mundo indie/alternativo está seguindo.

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joelrneto12@gmail.com

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