5 documentários essenciais para qualquer fã de música | Moodgate
Um novo sentimento para a música
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5 documentários essenciais para qualquer fã de música

Aproveitando o hype do recente (e sensacional) A Noite que Mudou o Pop, nós, da Moodgate, decidimos dar algumas recomendações de documentários que abordam, de maneira sublime, histórias que marcaram a música mundial. A lista é a primeira de muitas que ainda serão publicadas no site a respeito do tema.

A Noite que Mudou o Pop (Disponível na Netflix)

Este recém-lançado documentário sobre os bastidores da gravação de We Are The World é, desde já, um clássico! Nele, temos acesso a imagens e depoimentos inéditos que contam, em detalhes, a história por trás da canção que, em 1985, reuniu nomes como Michael Jackson, Lionel Richie, Stevie Wonder, Ray Charles, Bruce Springsteen, Bob Dylan, Tina Turner, Paul Simon, Willie Nelson e Cyndi Lauper em prol da arrecadação de fundos para combater a fome e as doenças na África.

A icônica música foi composta por Michael Jackson e Lionel Richie, tendo como produtor e maestro o renomado Quincy Jones. A iniciativa do projeto, porém, veio do cantor e ativista Harry Belafonte, inspirado na grande ajuda humanitária que o single beneficente Do They Know It’s Christmas conseguiu promover na África, ao reunir grandes artistas europeus como Bono, Sting, George Michael e Phil Collins, no final de 1984. Harry imaginou que uma reunião de gigantes da música americana conseguiria um resultado parecido, e ele estava mais do que certo: We Are The World acabou arrecadando dezenas de milhões de dólares para o continente africano.

A Noite que Mudou o Pop começa a partir da idealização do hit global e vai até o fim de sua gravação. A ideia de Michael, Lionel, Quincy e Harry era chamar o maior número possível de artistas americanos para participar da música e aproveitar a noite do American Music Awards (premiação que reuniu vários artistas na cidade de Los Angeles) para gravá-la em uma única madrugada.

Controlar dezenas de grandes cantores ao mesmo tempo em um único estúdio nem sempre é fácil, mas o clima daquela noite era de festa e admiração generalizada entre todos os artistas presentes, e isso facilitou muito a gravação, que começou às 23 horas e foi até as 6 da manhã.

Todos os grandes momentos dessa madrugada histórica estão registrados em A Noite que Mudou o Pop. Ver as lendas da música reunidas e interagindo é, com certeza, o ponto mais alto do documentário, mas também é muito interessante conferir os vários depoimentos de nomes que estavam presentes naquela gravação e ficar sabendo de curiosidades a respeito de algumas ausências célebres, como as de Prince e Madonna.

Michael Jackson’s This Is It (Disponível no Prime Video)

Em 2009, Michael Jackson estava prestes a fazer seu retorno aos palcos, em uma residência de 50 shows marcados para acontecer na O2 Arena, em Londres. Seriam as primeiras apresentações ao vivo do Rei do Pop em 8 anos e, também, as últimas de sua carreira, segundo o próprio cantor. Entretanto, devido a uma overdose de fármacos, Michael acabou morrendo poucos dias depois do final dos ensaios para os shows.

Com isso, a turnê, que se intitulava ‘’This Is It’’ e já havia vendido todos os seus ingressos em tempo recorde, foi cancelada menos de 20 dias antes da data que marcaria o seu início. Porém, o processo de preparação para essa série de apresentações que nunca aconteceram foi todo registrado em vídeo e pode ser assistido no documentário Michael Jackson’s This Is It.

As imagens compiladas na obra são históricas, não apenas por mostrarem, detalhadamente, como seria grandioso o retorno de Michael aos palcos, mas também por serem as últimas filmagens feitas do Rei do Pop em vida. É interessante observar, também, registros do quão minucioso era o perfeccionismo que o artista carregava consigo sempre que coordenava os músicos e dançarinos que o acompanhavam.

The Beatles: Get Back (Disponível na Disney+)

The Beatles: Get Back é uma obra obrigatória para qualquer beatlemaníaco! Inicialmente planejado para ser um filme a ser exibido nos cinemas, o registro acabou se tornando uma minissérie documental de três episódios que, somados, totalizam quase oito horas de duração. Ainda bem que isso aconteceu! De outra forma, acabaríamos deixando de conferir dezenas e dezenas de registros preciosos e inéditos da época em que Paul McCartney, John Lennon, George Harrison e Ringo Starr estavam gravando o lendário álbum Let It Be, que viria a ser o último lançado por eles antes da dissolução dos Beatles, em 1970.

O grande responsável por nos proporcionar tais filmagens é o diretor da trilogia de filmes O Senhor dos Anéis, Peter Jackson. O cineasta, que é um beatlemaníaco assumido, teve acesso a cerca de 60 horas de gravações nunca antes vistas do grupo e passou quatro anos editando o material, até lançar a minissérie na Disney+, em 2021.

O resultado é um dos melhores documentários já feitos na história. Nele, conferimos, de forma inédita, momentos antológicos, como a intimidade dos Beatles em seus ensaios, a composição da música Get Back sendo realizada do zero, o exato momento em que George se irrita com Paul a ponto de anunciar seu desligamento da banda (que, felizmente, durou apenas uma semana) e a apresentação completa do quarteto no topo do prédio da Apple Corps.

Além das canções do repertório de Let It Be, ainda conferimos, no documentário, clássicos como Something, Oh Darling, Jealous Guy, Gimme Some Truth e All Things Must Pass sendo executados de forma embrionária. Alguns deles acabaram sendo gravados poucos meses depois, entrando no álbum Abbey Road (1969), enquanto outros viriam a ser finalizados e lançados apenas anos mais tarde, em álbuns-solo dos integrantes da banda.

A qualidade das remasterizações de áudio e vídeo feitas por Peter Jackson, por sua vez, é um show à parte. As imagens apresentadas no registro parecem ter sido gravadas ontem, e não em 1969.

Outro ponto fortíssimo é o fato de que a minissérie não possui intervalos para narrações ou depoimentos. Durante as quase oito horas de experiência, somos apenas nós e os Beatles. Tem como ficar melhor do que isso?

Amy (Disponível no Youtube)

Lançado em 2015, o espetacular Amy chegou até a vencer o Oscar de Melhor Documentário em Longa-Metragem, por ser, até o momento, a obra que melhor conseguiu retratar a curta trajetória de vida de Amy Winehouse.

Com vários registros inéditos obtidos através de pessoas próximas à artista, o documentário consegue transmitir fortes emoções, principalmente quando narra a bulimia de Amy, o desgosto que a cantora tinha pela própria fama e o doentio sentimento de dependência que a britânica possuía, não apenas em relação ao álcool e a várias drogas ilícitas, mas também por seu ex-marido Blake Fielder (responsável por introduzir a ela cocaína, heroína e crack).

As filmagens do início de sua carreira mostram Amy como uma figura talentosa, mas sem pretensões de ir além dos pequenos clubes de jazz. Entretanto, o sucesso estrondoso do álbum Back to Black (2006) virou a vida da jovem de cabeça para baixo, gerando um assédio midiático que se tornou ainda mais caótico a partir do momento em que os vícios da artista se tornaram de conhecimento público.

A dependência em álcool e drogas ilícitas acabou matando Amy, mas não antes de proporcionar a ela um final de vida muito triste, que atingiu o ‘’fundo do poço’’ no vergonhoso último show de sua carreira (também exposto no documentário).

A partir do dia 10 de maio, Amy Winehouse será interpretada nos cinemas pela atriz Marisa Abela, na cinebiografia Back to Black. Torcemos para que esse novo filme seja bom, mas vai ser difícil superar esse documentário, que é simplesmente indispensável para todos os fãs da cantora britânica.

Elis & Tom: Só Tinha de Ser Com Você (Disponível na Globoplay)

Representando os documentários brasileiros nesta lista, está Elis & Tom: Só Tinha de Ser com Você. Essa recente obra conta os bastidores da gravação do lendário álbum Elis & Tom que, em 1974, promoveu um encontro inédito entre dois gigantes da MPB e se tornou um marco na história da música nacional.

O álbum em questão é composto por 14 regravações de clássicos de Tom Jobim, mas foi Elis Regina quem ganhou lugar de protagonismo, ao cantar sozinha a maioria das faixas enquanto o ícone da bossa nova atuava, majoritariamente, como instrumentista, fazendo dueto com ela em apenas algumas poucas canções. A idealização dessa proposta veio de Roberto de Oliveira, ex- empresário da cantora e responsável pelas gravações presentes em Elis e Tom: Só Tinha de Ser com Você.

Segundo o que mostra o documentário, a ideia de um trabalho colaborativo surgiu através de uma combinação de dois fatores: na mesma época em que Elis estava completando 10 anos de contrato com a gravadora Phillips, a carreira da cantora vinha necessitando de um reposicionamento de imagem, devido à polêmica participação da artista em um evento promovido pela ditadura militar. Assim, a possibilidade de gravar um álbum com Jobim surgiu como um presente da gravadora à Elis e, também, como uma tentativa de resgatar a reputação da artista gaúcha.

Embora estivesse habituada a interpretar canções com melodias mais maximalistas do que as de bossa nova, a cantora respondeu à proposta de Oliveira com um ‘’sim’’ imediato. Porém, nos primeiros dias de gravação, ela pensou em desistir do projeto, ao se deparar com algumas crises de mau humor de Jobim, que havia aceitado o convite com uma certa má vontade, apenas pensando em tentar recuperar o enorme prestígio midiático que ele havia alcançado na década de 1960.

Ao trazer depoimentos de diversas pessoas envolvidas no antológico álbum, o documentário deixa claro que o clima inicial nas gravações era de tensão e relutância por parte dos dois artistas. Porém, as diversas imagens inéditas (e muito bem remasterizadas) que são apresentadas no longa comprovam que, com o tempo, Elis Regina e Tom Jobim acabaram desenvolvendo uma relação de admiração mútua e amizade genuína, muito graças às afinidades musicais que possuíam e, claro, aos brilhantes desempenhos que a cantora tinha ao interpretar canções do repertório de Jobim.

Da mesma forma que as performances de Elis nas gravações encantaram Tom Jobim, elas, posteriormente, viriam a maravilhar o mundo inteiro: o álbum se tornou um dos trabalhos mais elogiados da música brasileira, e a participação da cantora fez com que canções como Águas de Março e Só Tinha de Ser com Você se tornassem mais icônicas do que nunca.

Em 2024, Elis & Tom completa meio século de existência. Assistir ao documentário sobre a construção dessa obra-prima é uma ótima pedida para celebrar esse aniversário.

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