Conheça Boston Manor, nome promissor do rock alternativo | Moodgate
Um novo sentimento para a música
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Conheça Boston Manor, nome promissor do rock alternativo

De Blackpool, na Inglaterra, o quinteto Boston Manor vem provando ao longo dos anos a evolução de sua sonoridade em meio ao rock alternativo e post-hardcore. A banda, formada por Henry Cox (vocal), Ash Wilson (guitarra), Dan Cunniff (baixo), Jordan Pugh (bateria) e Mike Cunnif (guitarra), lançou, recentemente, seu mais novo single Container, faixa essa que é o início de uma continuação de Datura, quarto disco de estúdio do grupo.

Com quatro álbuns e três EPs, Boston Manor ganha, a cada lançamento, cada vez mais nome na cena. Por isso, a Moodgate separou um dossiê das eras da banda para você já se preparar para a próxima, isso porque está mais que claro que ela nunca esteve tão perto! Confira:

Após sua formação, os EPs Driftwood (2014) e Saudade (2015) – isso mesmo, em português – deram início a sua trajetória musical. Os dois são muito diferentes dos trabalhos recentes, que são mais orgânicos e mais imersos no post-hardcore. É tudo muito agressivo e direto ao ponto.

Em Be Nothing. (2016), primeiro álbum de estúdio da banda, isso prevalece: o disco é intenso e pesado, sem pausas para um respiro. A agitação, os graves e os riffs não deixam o projeto ir para outro caminho. As batidas e a guitarra têm tons frenéticos e rápidos, lembrando o emo dos anos 2000 com facilidade. Laika e Lead Feet representam isso muito bem e, talvez, pular sem parar durante suas reproduções nem traga cansaço, já que as duas faixam prendem o ouvinte até o fim.

Após dois anos, o quinteto resolveu se soltar mais, se desprender das amarras de algo unicamente agressivo e explorar novos sub-gêneros. O Welcome To The Neighbourhood (2018) trouxe isso através de luzes vermelhas, holofotes e máscaras. O pé que o grupo tinha no rock alternativo se desenvolveu ainda mais aqui. As faixas Halo, um dos grandes hits de Boston Manor, Bad Machine, England’s Dreaming e The Day That I Ruined Your Life exibem essa evolução de sonoridade muito bem, além das letras se mostrarem evidentemente mais melancólicas em comparação ao primeiro projeto. “Eu gostaria que nunca tivéssemos nos conhecido, o pensamento de você me faz chorar”, canta Henry em The Day I Ruined Your Life.

Pouco tempo depois, GLUE (2020) chega para equilibrar a discografia. O álbum é versátil, intercalando entre gritos, sons graves e alguns mais suaves. A voz de Henry Cox é mais marcante aqui, sendo imprevisível em vários momentos. Seguindo mais de um gênero, as faixas Liquid, com participação de John Floreani, Brand New Kids, You, Me & The Class War e Monolith permutam entre o post-hardcore e o rock alternativo, sendo nem sempre tão pesadas, mas, também, nunca totalmente leves.

No EP Desperate Times Desperate Pleasures (2021), começa a ficar visível o que viria depois: mais visual e mais narrativa. O disco tem ritmos robóticos, mas continua pelos gêneros seguidos pela banda. Já liricamente, ele é agressivo e angustiante. “Você tem coragem de voltar? Você desperdiçou todas as chances que teve;. você beija a sua mãe com essa boca imunda?”, questiona Henry em Carbon Mono. Após isso, a banda chega em um momento em que o conceito e a narrativa passam a ser fundamentais, o que já estava se tornando notório anteriormente. Datura (2022) entrega para além da sonoridade.

Esse é o quarto álbum dos garotos e, de longe, o que mais esbanja maturidade. É interessante notar que eles começaram com ritmos inspirados em tendências musicais dos anos 2000, mais precisamente inspirados no emo que, naquela época, concentrava elementos e ritmos conhecidos como teen, rebelde, ou colegial. E, bom, talvez eles ainda passassem essa impressão no primeiro disco, mas, a partir dos trabalhos subsequentes, tudo começou a caminhar para desenhar discos mais ponderado. E aqui, em Datura, isso se consolidou de uma vez por todas. Após o lançamento dos singles Floxglove, Passenger e Inertia, se tornou evidente que o Boston Manor queria evoluir sua música para algo conceitual, além do que já foi explorado previamente. Agora, o foco também esteve nas performances, videoclipes, narrativas e estética. Esqueça aquele aspecto juvenil daquela banda litorânea da Inglaterra: ela evoluiu com maturidade e sobrepôs sua essência no som alternativo que já produziam. E isso não significa desprezar seus discos anteriores, mas sim destacar um progresso, numa nova rota, numa identidade distinta que a banda decidiu assumir — e que lhes serviu muito bem.

Datura mostra que o BM está além de Blackpool. O quinteto quer que o mundo os conheça e os veja como um nome promissor na cena. E, sem dúvidas, o quarto disco dos britânicos prova que eles não estão tão longe de conseguir isso. As faixas transitam entre o rock alternativo e o grunge, com muita euforia contagiante e poucos momentos mais tranquilos, reservados ao final do álbum. Os clipes de Crocus, Foxglove e Passenger mergulham em uma identidade cromática mais escuras, entre o verde e o preto. Os três são sombrios, além da direção de arte conceitual e intimista.

No disco, Henry Cox conta uma história durante uma noite ambientada em uma cidade, começando por Datura (dusk), onde começa o anoitecer – como já diz o nome – e a iluminação daquele ambiente, como visto no videoclipe. Ele observa a cidade e conta, sendo uma narrativa cantada. Além disso, seguidamente, músicas como Floodlights On The Square e Foxglove apresentam alguns dos sentimentos do cantor. “Porque eu continuo perdendo meu tempo? E eu não sei o que fazer, porque eu ainda confio em você”, ele repete algumas vezes em Floodlights On The Square.

Passenger e Crocus chegam para contagiar. Só de ouvir, as cançõesjá passam tudo o que a banda, com certeza, queria: aventuras noturnas, como estradas com luzes a todo lugar, ou, até mesmo, uma balada para você poder vibrar ao som delas. Elas simbolizam a madrugada da narrativa.

O amanhecer se aproxima com Shelter From The Rain e se concretiza com Inertia, a única em que Henry coloca seus sentimentos bons à frente, dedicando a canção para sua esposa. Isso mostra, por sua vez, que apesar de toda angústia abordada, o final é feliz.

Agora, resta esperar para onde essa história irá seguir com Container. Mas, enquanto outras pistas não chegam, confira o videoclipe do novo single do Boston Manor:

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