JPEGMAFIA | Moodgate
Um novo sentimento para a música
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JPEGMAFIA

JPEGMAFIA ou Peggy, veterano de Guerra do Iraque, na verdade nasceu como Barrington Hendricks no Brooklyn, Nova York. Em sua música “Williamsburg”, o artista repreende gentrifiers que começam a tomar conta do bairro: “Nós levamos o Brooklyn de volta / Você pode deixar o café”, ele rosna. É uma virada à esquerda e uma expansão impressionante de ethos punk – movendo sua retórica antissistema ao limite, em uma engenhosidade DIY e abraçando a contracultura.

Embora seu talento para irritar trolls online seja uma descoberta recente, o rapper e produtor de 32 anos vem criando som há mais de uma década. Depois de ser incluído em diversas listas de melhores do ano com Veteran (2018), seu segundo álbum, JPEGMAFIA virou um dos atuais pilotos do bonde do Hip Hop experimental. A ala mais fora da caixa do rap, movimentada por nomes como Death Grips e Danny Brown, ganhou o reforço de peso que correspondeu às expectativas em All My Heroes Are Cornballs (2019).

Cada disco parece algo que só poderia ser feito em nossa era digital. Não apenas pela produção caótica da maioria das canções, mas com letras satíricas que abordam tópicos como a cultura da internet, política, pautas raciais, entre outros. Existem várias maneiras de estudar o artista. Seja o detalhe da concepção musical; ou um lirismo que o força a repetir sons favoritos porque você acabou de notar algo novo neles. A diversidade de influências em seu trabalho mostra que não é necessário ser fã do punk, industrial ou rap para curtir, e sim, amar música.

Peggy apostou em diversas sonoridades, remetendo a MF DOOM e também outros artistas ligados ao hip hop. Entretanto, a forma como utiliza samples e beats de maneira abstrata o torna específico e intrigante. No início de cada show, JPEGMAFIA despretensiosamente sobe ao palco, conecta seu computador, verifica o microfone e aperta o play. Segue-se um dilúvio de batidas e gritos de alma. Sem DJ, hype-man ou reforços para apoiá-lo se faltar fôlego. “Estou sozinho quando estou no meu melhor”, ele afirma no início da faixa “FIX URSELF!”. A singularidade do músico perdura em seu novo lançamento. Embora sonoramente suave comparado a “EP2!”, “LP!” apresenta algumas de suas letras mais impiedosas até hoje.

O rapper permanece humilde ao discutir sua criatividade. Durante uma entrevista com James Blake, ele explicou: “Fiz 93 músicas [para meu último álbum] e reduzi para 18, mas é apenas um número arbitrário. Não queria um monte de faixas sem motivo, eu só gosto de fazer música.” Essa engenhosidade compulsiva fez de JPEGMAFIA um dos rappers mais prolíficos dos últimos cinco anos. Os fãs sempre antecipam a próxima oportunidade de dar uma espiada nas cartas que Peggy segura com tanta força em seu peito e a maioria delas são ases.

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robainab@gmail.com

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